Lira pretende criar grupo nas próximas semanas para discutir reforma tributária

Coordenação do colegiado deve ficar com o ex-líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (PT), e projeto deve ser apresentado pelo governo até o mês de abril

  • Por Jovem Pan
  • 06/02/2023 11h18 - Atualizado em 06/02/2023 11h49
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Arthur Lira fala discursa no plenário da Câmara Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, foi reeleito ao cargo de mandatário da Casa no último dia 1º de fevereiro

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), pretende criar em breve um grupo focado na discussão sobre a reforma tributária. A proposta tem sido aperfeiçoada e deve ser votada ainda neste semestre. Essa é uma demanda de diversos setores da sociedade e repercute há pelo menos 30 anos. A reforma busca modernizar a arrecadação de tributos e impostos. A coordenação do colegiado deve ficar com o ex-líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (PT). A ministra do Planejamento, Simone Tebet, já adiantou que o projeto é uma unanimidade, mas que ainda é preciso alinhar o texto entre as duas casas e o governo. Existem dois principais projetos de reforma tributária em tramitação. Para avançar, a ideia é agregar pontos que se complementem em ambas as propostas, que simplificam diversos tributos que hoje incidem sobre o consumo. Elas servirão de base para um projeto único que deve ser apresentado pelo governo até o mês de abril.

Na mensagem do presidente Lula (PT), lida no plenário da Câmara durante a solenidade de abertura do ano legislativo, destacou-se o interesse do governo federal em aprovar o que ele chamou de “medidas de reorganização fiscal”. As Propostas de Emenda à Constituição (PECs) em tramitação no Congresso divergem no número de impostos unificados e na forma como será feita a fusão. A PEC 45/2019 cria dois tributos, um Incidente sobre Bens e Serviços nacionais, o IBS Nacional, cobrado no destino, e outro de cobrança nacional, chamado IS. Eles substituiriam o PIS (Programa de Integração Social), a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e o ISS (Imposto Sobre Serviços).

Já a PEC 110/2019, que foi apensada a uma proposta de reforma tributária que está paralisada no Senado Federal desde 2004, cria dois tributos, a CBS, Contribuição sobre Bens e Serviços, que ficaria com a União em substituição ao Cofins, PIS e Pasep, e o IBS, que seria o Imposto sobre Bens e Serviços, em substituição ao ICMS e o ISS. Nos dois casos também seria criado um imposto seletivo sobre produtos que causam danos à saúde, como cigarro, álcool e derivados do açúcar.

A proposta também visa manter a Zona Franca de Manaus e o Simples Nacional, regime especial para micro e pequenas empresas. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, eventuais mudanças no Imposto de Renda vão ficar para o próximo semestre, inclusive a elevação da taxa de isenção do imposto.

*Com informações da repórter Katiuscia Sotomayor

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