Lula deve discursar neste sábado em sindicato; atos pró e contra soltura estão marcados

  • Por Jovem Pan
  • 09/11/2019 08h34 - Atualizado em 09/11/2019 08h35
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ESTADÃO CONTEÚDO Ex-presidente disse que, agora, sairá em caravana pelo país

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a prisão nesta sexta-feira (8). Ao todo, ele ficou 580 dias detido na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

Lula foi beneficiado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, na última quinta-feira (7), derrubou a possibilidade de cumprimento da pena após condenação em segunda instância. O alvará de soltura do ex-presidente foi expedido pelo juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Federal de Curitiba, às 16h15.

Neste sábado (9), o petista fará um discurso na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, às 12h. Depois, deve participar de atos a seu favor. Manifestações contra a libertação de Lula e a decisão do STF também estão marcadas para acontecer em diversas capitais.

Caminhando, o petista deixou a sede da PF ao lado dos advogados, de aliados e de familiares. Entre os que o acompanhavam, estavam a namorada, Rosângela Silva; a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann; e o ex-candidato à presidência da República, Fernando Haddad.

Em seguida, Lula fez um discurso no local que ficou conhecido como “acampamento Lula Livre”. Na fala, o ex-presidente atacou a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal, chamados por ele de “o lado podre do Estado brasileiro”.

“Eu quero dizer para vocês que se pegar o [Deltan] Dallagnol, se pegar o [Sergio] Moro, se pegar alguns delegados que fizeram inquéritos, enfiar um dentro do outro e bater no liquidificador, o que sobrar não é 10% da honestidade que eu represento nesse país”, criticou, e avisou que, a partir de agora, vai “percorrer o país”.

“Além de continuar lutando para melhorar a vida do povo brasileiro, que setá uma desgraça. Além de lutar para não permitir que esses caras entreguem o país”, prosseguiu.

O ex-presidente também criticou o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). “Eu não tenho mágoa dos carcereiros, eu não tenho mágoa de ninguém. Eu tenho é vontade de provar que esse país pode ser muito melhor a hora que ele fizer um governo que não minta tanto pelo Twitter como o Bolsonaro mente”, disse.

Lula anunciou que vai se casar com a socióloga Rosângela da Silva, conhecida como Janja. Após o discurso, ele deixou o local ao lado da noiva. No carro, o ex-presidente fez uma transmissão ao vivo numa rede social e disse que não quer ficar “falando mal” do atual governo. “Então eu saio com muita vontade de voltar a lutar. Eu não quero ficar falando mal do presidente, falando mal de ministro. Eu quero falar bem do povo brasileiro e falar bem das coisas que são possíveis a gente construir nesse país.”

Relembre o caso

Lula foi condenado pelo ex-juiz Sergio Moro a nove anos e meio de prisão em julho de 2017 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Em janeiro de 2018, o Tribunal Regional Federal da quarta região, em Porto Alegre, elevou a pena dele para 12 anos e um mês de prisão.

Após ter sido condenado em segunda instância, Lula foi preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba, no dia 7 de abril do ano passado. Em 23 de abril de 2019, o Superior Tribunal de Justiça confirmou a sentença contra Lula em terceira instância, mas reduziu a pena do petista para 8 anos e 10 meses de prisão.

Pela lei da ficha limpa, mesmo solto, o ex-presidente não pode se candidatar a cargos públicos porque já foi condenado em segunda instância no caso do triplex do Guarujá.

Além de Lula, outros condenados por corrupção já foram beneficiados pela mudança de entendimento do Supremo e deixaram a cadeia. Foram soltos, também nesta sexta-feira (8), o ex-ministro José Dirceu, preso em Curitiba, e o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, detido em Belo Horizonte.

Dirceu estava preso desde maio deste ano e já foi condenado duas vezes na Operação Lava Jato. Azeredo foi preso em maio do ano passado após condenação em segunda instância no processo do mensalão tucano.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni 

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