Mercado de clínicas privadas de vacina ganha fôlego no Brasil
Preocupação da ABVac é que as novas empresas não consigam manter as atividades a longo prazo
Aumento na venda de refrigeradores, abertura de novas clínicas e compra de vacinas. O mercado de clínicas privadas no Brasil ganhou fôlego depois da notícia que a rede privada poderia receber imunizantes contra a Covid-19. No início de janeiro, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas anunciou que estava negociando a compra de cinco milhões de doses da Covaxin. O presidente da entidade, Geraldo Barbosa, chegou a viajar para a Índia — onde a vacina é produzida pelo laboratório Bharat Biotech. Segundo ele, essas altas nas demandas de clínicas privadas e equipamentos preocupam a ABCVac.
“Sim, teve uma explosão significativa e a gente está vendo situações de locais já comprando equipamento que a gente nem sabe se vai utilizar, como o super freezer. Isso também estamos orientando, para não fazer investimento que não vai surtir nenhum resultado prático.” Outra preocupação da ABVac é que as novas clínicas não consigam manter as atividades a longo prazo. O presidente da ABCVac lembra que isso aconteceu entre 2016 e 2017. Naquele período, o número de clínicas particulares aumentou 60% no país. No entanto, menos da metade delas sobreviveu.
Segundo Geraldo Barbosa, a situação pode se repetir agora. “Realmente houve uma explosão da abertura de clínicas com a sensação de que é um mercado simples e fácil, mas não é um mercado que tem expansão muito fácil. Até mesmo para ter imunizantes suficientes.” A vacinação contra a Covid-19 na rede privada é criticada por especialistas. Eles afirmam que a disponibilização de um imunizante em clínicas particulares vai agravar as desigualdades que já existem no Brasil. A ABCVac, por sua vez, afirma que a medida tem como objetivo ampliar a vacinação no Brasil e contribuir com o governo na cobertura vacinal.
*Com informações da repórter Nicole Fusco
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.