Ministro diz que multa da Vale será investida em parques, mas nega que mineradora seja concessionária
Após anunciar que multas contra a Vale serão investidas em parques nacionais, o ministro do Meio Ambiente declarou que a mineradora não será uma das concessionárias desses locais. Durante um evento em São Paulo, Ricardo Salles informou que o dinheiro será usado para melhorias nos parques antes deles serem concedidos à iniciativa privada.
A Vale foi multada em R$ 250 milhões após o rompimento da barragem do Córrego do Feijão em Brumadinho. Há uma semana, em mensagem no Twitter, o ministro disse que tentaria investir o valor em sete parques que, no futuro, seriam concedidos à iniciativa privada.
Durante o evento em São Paulo, Salles também falou sobre a possível aprovação da proposta de prorrogação do prazo para as cidades eliminarem os lixões. Para o ministro, a ideia de postergar a meta é um grande “desserviço para o Brasil”. Ele também acredita que municípios grandes e ricos como São Paulo deveriam ter “uma coleta seletiva minimamente bem-feita”.
Ainda nesta segunda-feira (15), o presidente do ICMBio, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, pediu demissão. Adalberto Eberhard alegou “questões pessoais”, mas o pedido de exoneração ocorre dias depois do ministro ameaçar investigar agentes do órgão ambiental.
Pelo Twitter, Salles agradeceu o trabalho do colega, “especialmente pela maneira com que tratou os inúmeros desafios encontrados no necessário processo de reestruturação”. O ministro do Meio Ambiente também prevê mais mudanças na pasta.
Ricardo Salles afirmou que o Governo vai determinar que o Ibama edite uma instrução normativa com novas regras para a destruição de maquinário de exploradores ilegais.
A declaração veio após a divulgação de um vídeo pelo senador Marcos Rogério, do DEM de Rondônia. Nele, o parlamentar aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro criticando a ação de agentes do Ibama que queimaram veículos usados na exploração ilegal de madeira na floresta nacional do Jamari. Bolsonaro afirmou que já falou com o ministro Ricardo Salles sobre o assunto.
Pela norma atual, a destruição dos equipamentos pode ocorrer quando não há condições de apreensão do maquinário, quando há risco de continuidade da exploração ilegal ou quando possa “comprometer a segurança da população e dos agentes públicos envolvidos na fiscalização”. A ideia é mudar esta orientação.
As novas regras devem ser publicadas ainda nesta semana, mas o ministro não deu detalhes sobre a nova norma.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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