Morte de Teori Zavascki completa um ano nesta sexta-feira (19)
Morte de Teori Zavascki completa um ano nesta sexta-feira (19), e juristas e advogados citam mudanças de rumo na Lava Jato no STF.
O juiz era o relator dos processos da operação no Supremo Tribunal Federal e foi substituído por Luiz Edson Fachin.
Foi o magistrado que pediu ao juiz Sérgio Moro que enviasse à Corte as investigações que envolvessem o ex-presidente Lula na Lava Jato.
O coordenador do projeto “Supremo em Pauta” da Fundação Getúlio Vargas, Rubens Glezer, avaliou que a imagem dos ministros piorou em um ano: “significa não só a fragilização simbólica da Operação Lava Jato e também fragilização de como a população percebe o Tribunal”.
Ele citou ainda as decisões do ministro Gilmar Mendes que desagradam boa parte da população.
O doutorando em direito público pela UERJ, Ivar Hartmann, destacou que a morte Teori Zavascki afetou os rumos da Lava Jato: “a necessidade de se escolher novo ministro que, chegando em meio a tantos processos iniciados envolvendo o próprio partido do presidente da República. Novo ministro chegaria em situação de desconfiança da população”.
O professor Ivar Hartmann lembrou ainda que Teori Zavascki conseguia se blindar das pressões externas e evitava decisões que beneficiavam grupos isolados.
Em entrevista a Thiago Uberreich, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende investigados na Lava Jato, também lamentou: “ele era juiz na acepção pura da palavra e tinha grande conhecimento jurídico e percepção da sociedade. Como juiz ele faz falta enorme nesse momento difícil que passa o Poder Judiciário brasileiro”.
Kakay destacou que Teori Zavascki não se deixava levar pela “espetacularização”.
O ministro morreu há um ano em um acidente aéreo em Paraty, no Rio de Janeiro, e a desorientação do piloto é apontada como a causa.
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