Mourão quer saída de militares da Amazônia até abril
Vice-presidente afirmou que efetivo das Forças Armadas pode ajudar na aplicação de vacinas na população da região e se mostrou otimista quanto a datas
O vice-presidente da república, Hamilton Mourão, confirmou que a operação Verde Brasil 2, que garante a presença das forças armadas na região amazônica com o intuito de coibir crimes ambientais, deve de fato chegar ao fim em 30 de abril. Segundo ele, o decreto de Garantia da Lei e da Ordem, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, que autoriza o emprego dos militares nessas tarefas, não deve mesmo ser prorrogado. Como lembra o general, a manutenção da GLO exige crédito extraordinário e o país passa por uma “situação muito difícil em termos de recursos”. “Vamos lembrar que para manter as Forças Armadas operando se precisa recurso fora do orçamento. Vocês estão acompanhando a discussão que ainda vai se aprofundar na necessidade de prorrogação de auxílio emergencial ou de outras medidas de auxílio para a economia, o que pode então necessitar crédito extraordinário. Nós temos que aqui, do outro lado, buscar, cumprir, essa tarefa de reduzir o desmatamento ilegal com os meios existentes”, afirmou.
A ideia é que o trabalho que vem sendo desempenhado pelos militares na região amazônica continue em curso, mas à cargo de servidores de agências civis, como Ibama e ICMBio. Tudo depende, no entanto, de como estará a situação da pandemia em abril.
Como explica o vice-presidente, parte dos agentes desses órgãos podem ser considerados de grupos de risco e o trabalho deles em campo está diretamente relacionado a capacidade de vaciná-los. “As agências civis têm muitos servidores já com idade na área perigosa, isso termina por reduzir o efetivo. Mas, como até 30 de abril eu espero que nós tenhamos já conseguido vacinar não só o primeiro grupo, como parte do segundo grupo, aí nós teríamos melhores condições de fazer esse trabalho”, explicou.
Nas palavras do general, a operação verde brasil 2 só será prorrogada caso ocorra “um cataclisma”, o que, segundo ele, não é o que a tendência está colocando. Mourão afirma que, no segundo semestre do ano passado, houve uma redução de 17% no desmatamento ilegal na região amazônica. Em janeiro, de acordo com o vice-presidente, essa queda será de mais de 70% em relação ao mesmo mês do ano passado. Esses dados, na avaliação do governo, já são o resultado do trabalho desenvolvido por Mourão como presidente do conselho da Amazônia.
*Com informações do repórter Antônio Maldonado
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