Novo salário do prefeito de São Paulo com aumento de 46% passa a valer

Valor passa de R$ 24 mil reais para R$ 35 mil; quantia passa a ser também o teto salarial dos servidores públicos municipais no topo da carreira, gerando um efeito cascata

  • Por Jovem Pan
  • 02/01/2022 08h53
Divulgação/Afonso Braga Homem de máscara discursa na Câmara de Vereadores Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo

Os novos salários do prefeito, do vice, dos secretários da capital paulista já entraram em vigor na virada do ano. A remuneração do prefeito Ricardo Nunes (MDB) passa de R$ 24 mil reais para R$ 35 mil, representando um aumento de 46,6%. O valor passa a ser também o teto salarial dos servidores públicos municipais no topo da carreira, gerando um efeito cascata. O salário do vice-prefeito terá variação de 47% e dos secretários ainda maior, chegando a quase 53% de aumento. A estimativa é que os custos para os cofres públicos com a mudança cheguem a aproximadamente R$ 51 milhões a mais. A gestão municipal argumenta que este aumento corrige os ganhos de categorias importantes, como os auditores fiscais, além de evitar perdas de profissionais qualificados para a iniciativa privada.

O reajuste foi sancionado pelo então prefeito Bruno Covas em dezembro de 2020. Na época, a Câmara de Vereadores informou que o projeto de lei aprovado tratava da correção dos subsídios do prefeito, do vice-prefeito e secretários em um patamar abaixo da inflação acumulada no período dos últimos oito anos. A medida não foi bem digerida por diversos setores. O presidente do sindicato dos de educação do ensino municipal, Cláudio Fonseca, lamenta que os olhares estejam voltados apenas ao alto escalão sem a devida valorização aos servidores. “Agora é a hora de também recuperar os salários dos servidores públicos. Não adianta fazer homenagens ao pessoal do SUS, quem trabalha no SUS são servidores públicos, fazer coraçãozinho, dar decoração de agradecimento ao SUS, mas os profissionais da educação, da saúde, da assistência precisam, merecem, ter reajustes, não só os reajustes de alto escalão, é necessário ter um olhar para os de baixo”, afirma.

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (DEM), prefeito em exercício, sancionou a lei que garante gratificações que podem chegar a R$ 30 milhões por ano para servidores em cargos de chefia e procuradores da Casa. Um dos pontos principais é que o ganho pode ultrapassar o teto salarial estabelecido com base no salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que é de R$ 35,5 mil. Com isto, os vencimentos dos procuradores podem superar os R$ 40 mil. O texto foi aprovado na última sessão de 2021, no dia 17 de dezembro, quando os vereadores de São Paulo bateram o martelo e fecharam em R$ 82,7 bilhões o orçamento para a cidade em 2022.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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