OMS pede que países interrompam 3ª dose da vacina contra a Covid-19

Entidade aponta desigualdade na distribuição e defende que os imunizantes sejam direcionados aos países mais pobres; Israel, Uruguai, Hungria e Alemanha já anunciaram o reforço

  • Por Jovem Pan
  • 05/08/2021 05h52 - Atualizado em 05/08/2021 09h40
FERNANDO SILVA /FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Profissional da saúde aplica vacina em pessoa Ideia é que as campanhas sejam suspensas pelo menos até o fim de setembro

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, pediu uma “interrupção global” na aplicação da dose de reforço contra a Covid-19. Ele fez um apelo para que o estoque atual de vacinas seja usado para os países pobres, que mal começaram a cobrir a população com as primeiras doses. A ideia é que as campanhas sejam suspensas pelo menos até o fim de setembro, sobrando doses para garantir a imunização de ao menos 10% da população de todos os países. Segundo dados da entidade, as nações mais ricas já têm capacidade para vacinar toda sua população, enquanto alguns países do terceiro mundo estão com índice de cerca de 1,5% da população vacinada. A terceira dose vem sendo discutida entre quem já tem campanhas bem avançadas, sendo uma reação aos sinais de que a proteção das vacinas diminui com o passar do tempo.  Nas últimas semanas, Israel, Uruguai, Hungria e Alemanha anunciaram a terceira rodada, mas a OMS ressaltou que não há comprovação científica de que o reforço seja necessário e pede a união de todo o mundo para completar a vacinação dos mais vulneráveis.

Ao mesmo tempo, o coronavírus continua ameaçando áreas com índices baixos de imunização. De acordo com dados da universidade John Hopkins, já são mais de 200 milhões de infectados em todo o mundo. Nos últimos meses, cresceu o número de casos da variante Delta, que é mais transmissível. Estados Unidos, Índia, Brasil, Rússia e França lideram o ranking de países mais afetados pela Covid-19. Na China, onde os primeiros casos da doença foram identificados, o governo voltou a endurecer restrições, limitou voos e até suspendeu a emissão de passaportes. Só em Pequim foram registrados 71 novos casos de transmissão comunitária da variante Delta nesta quarta-feira, o maior número desde o fim de janeiro.

*Com informações da repórter Letícia Santini 

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