Oxford e governo do Reino Unido saem em defesa da vacina após questionamentos

Imunizante desenvolvido com a AstraZeneca é a espinha dorsal para o plano de vacinação na Grã Bretanha

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 27/11/2020 11h21
Reuters Doses da vacina e uma seringa deitada. Ao fundo, logo da AstraZeneca O Reino Unido tem 4 milhões de doses prontas para serem aplicadas -- de uma encomenda total de 100 milhões de doses

A Universidade de Oxford e o governo do Reino Unido saíram em defesa dos estudos para o desenvolvimento da vacina local contra o Covid-19. Após os questionamentos que começaram nos Estados Unidos e se alastraram pelo mundo, há um risco claro para a reputação dos britânicos. Mais que isso — a vacina de Oxford desenvolvida com a AstraZeneca é a espinha dorsal para o plano de vacinação da população da Grã Bretanha. E também é hoje a principal esperança para imunizar o mundo de forma barata e rápida. Por isso, qualquer tropeço agora será catastrófico.

Na quinta-feira, 26, especialistas de Oxford e do governo conservador tentaram minimizar os danos demonstrando confiança no processo de testes. O professor Sir John Bell, representante da Faculdade de Medicina da Universidade e conselheiro de Boris Johnson declarou que os pesquisadores não saíram inventando dados, apesar dos problemas. Também indicou que os detalhes do estudo devem ser divulgados na publicação científica Lancet neste fim de semana. Isso é importante para que a comunidade científica entenda o processo adotado nos testes e certifique os resultados apresentados.

Ao mesmo tempo, o ministro da saúde britânico, Matt Hancock, confirmou que o governo pediu para que a agência reguladora local inicie o processo de certificação da vacina de Oxford. O Reino Unido tem 4 milhões de doses prontas para serem aplicadas — de uma encomenda total de 100 milhões de doses. Nos Estados Unidos já se especula que a vacina de Oxford pode nunca ser aprovada pelos reguladores locais. Os americanos encomendaram 300 milhões de doses do imunizante inglês, que também será produzido no Brasil.

Ontem o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou os planos para cada região do país após o fim do lockdown na quarta que vem. A maior parte da Grã Bretanha vai continuar com restrições importantes, sobretudo para a indústria de bares e casas noturnas. Os números de contaminação caíram de forma considerável com o segundo lockdown, mas o “abre e fecha” do país deve continuar até que as campanhas de vacinação comecem pra valer.

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