Pandemia impõe adaptação ao delivery e transformação digital a empresas

Estudo aponta, no entanto, que 66% das micro e pequenas empresas ainda ocupam os níveis 1 e 2 de maturidade digital, com apenas 3% sendo consideradas líderes digitais

  • Por Jovem Pan
  • 26/07/2021 08h06 - Atualizado em 26/07/2021 09h38
MARCELLO ZAMBRANA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO motoqueiro com bolsa da rappi Com a pandemia, empresas tiveram que se readaptar aos novos modelos de mercado

Durante a pandemia, o Gleydson de Oliveira não teve outra alternativa a não ser se adaptar para não ser mais um empresário a fechar as portas. Ele comanda uma padaria e confeitaria localizada no município de Serra, no Espírito Santo, e teve que recorrer ao delivery para conseguir atender aos clientes. O sucesso foi tanto que, de lá pra cá, o comerciante conseguiu dobrar as vendas. “Em plena pandemia nós contratamos funcionários, foi por causa do sucesso do delivery. Isso foi engraçado, por ser algo novo, nós nos surpreendemos e vimos como é grande esse mercado ao qual somente o meu ramo não trabalha muito essa área de digitalização, de vender pelas redes sociais”, conta. Antes do coronavírus mudar o cenário do mundo todo, a padaria do Gleydson não tinha se digitalizado, uma situação semelhante a de muitos outros negócios no Brasil. Uma pesquisa realizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que a transformação digital no país está em estágio inicial. Segundo o estudo, 66% das micro e pequenas empresas estão nos níveis 1 e 2 de maturidade digital, quando elas já utilizam alguma ferramenta digital, têm o próprio site, utilizam internet de banda larga, mas param por aí. Apenas 3% delas são líderes digitais.

O presidente da entidade, Igor Calvet, alerta para o ambiente de negócios no país, que engatinha na inserção tecnológica e corre risco de ficar para trás. “Sem conectividade nós não chegamos em níveis altos de digitalização. Os governos em todas as esferas precisam tomar isso como algo importante e estratégico. O segundo desafio seria a mudança de mentalidade daqueles que são alta gerência ou donos das micro, pequenas e médias empresas, porque o modelo de negócio que se investia mudou drasticamente”, pontua, reforçando que a chegada do 5G no Brasil vai ser um ponto de virada para que as empresas brasileiras consigam aumentar a produtividade.

“Os efeitos do 5G serão sentidos, sobretudo, pelas empresas, pelos negócios. Quando falamos de 5G estamos falando de conexão, de máquina com máquina, estamos falando de conexão da máquina com as infraestruturas. Uma grande capacidade de transmissão de dados, isso possibilita nas cidades, no campo, na indústria, evoluções muito grandes no nível da produção”, disse. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial lidera ações para a transformação digital das micro e pequenas empresas. Um deles é o Jornada Digital, um projeto que busca capacitar pessoas para que as empresas ganhem competitividade no mercado por meio da digitalização.

*Com informações da repórter Letícia Santíni

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