Paraisópolis: PMs tinham como objetivo evitar correria em saída de baile funk, diz advogado

  • Por Jovem Pan
  • 20/12/2019 06h56 - Atualizado em 20/12/2019 07h16
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Evelson de Freitas/ Estadão Conteúdo Evelson de Freitas/ Estadão Conteúdo Segundo a Polícia Civil, as mortes de nove jovens ainda são classificadas como suspeitas

O advogado que representa os policiais militares (PMs) envolvidos na tragédia de Paraisópolis, que aconteceu no dia 1ª de dezembro, afirma que a ação deles visava acalmar a correria para evacuar o baile funk. Fernando Capano é o responsável pela defesa dos seis PMs, que relatam que teriam perseguido uma moto com dois suspeitos dentro da comunidade, localizada na zona sul de São Paulo.

Após essa suposta perseguição, nove jovens entre 14 e 23 anos morreram durante a dispersão do baile da dz7. Segundo Capano, as mortes foram causadas pelos tiros que os dois suspeitos em cima teriam efetuado contra os policiais.

“Mas segundo eu penso, a ação posterior dos policiais foi exatamente para acautelar a ocorrência. Por isso ela se chama CDC, que é controle de distúrbio civil. Os policiais, a princípio, são treinados exatamente para poder acautelar e evitar tragédias maiores. As mortes já tinham ocorrido, segundo eu tenho percebido, por ocasião do start da operação de controle de distúrbio civil”, afirma.

O advogado disse, ainda, em entrevista dada nesta quinta-feira (19) à Jovem Pan, que não teve tempo de analisar os áudios do Centro de Operações da PM divulgados pela TV Globo nesta semana. No entanto, Capano considera que eles reforçam a versão dos PMs que de fato houve uma perseguição antes da tragédia.

“Eles vem corroborar a versão dos policiais e comprovar que não só houve essa perseguição e esses indivíduos que atiraram contra os policiais, como também que o estopim dessa correria que culminou com a tragédia em Paraisópolis se deu, exatamente, por ocasião da conduta criminosa desses dois indivíduos que atiraram contra os policiais nessa perseguição”, diz.

Os familiares e testemunhas da ação, no entanto, têm outra versão da história. Eles afirmam que os policiais encurralaram os jovens e dificultaram a evacuação, causando os falecimentos.

Segundo a Polícia Civil, as mortes ainda são classificadas como suspeitas. O Ministério Público citou os crimes como homicídio, mas tirou a responsabilidade dos PMs e ressaltou que a promotoria acompanha a investigação.

Todos os 31 policiais envolvidos na operação foram afastados dos serviços das ruas. As investigações correm por duas frentes: na Corregedoria da Polícia Militar, que investiga a ação dos PMs, e no Departamento de Homicídios da Polícia Civil.

*Com informações do repórter Leonardo Martins 

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