Permanência de ações econômicas pode trazer ‘estrago muito grande’ para economia, diz Bruno Funchal
O secretário do Tesouro Nacional alerta para os riscos da manutenção de medidas adotadas durante a pandemia
O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, disse nesta terça-feira, 24, que tornar permanentes as medidas econômicas adotadas durante a pandemia pode provocar um “estrago muito grande” no futuro. O auxílio emergencial, que está sendo pago pelo governo desde maio a trabalhadores informais e desempregados, terá a última parcela depositada em dezembro. Na segunda-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a Covid-19 “está descendo” e descartou a possibilidade de prorrogação do benefício. Em videoconferência, Funchal reiterou o posicionamento e disse que “este final de ano é fundamental para definir os próximos dez anos da economia”.
“A gente observa que, historicamente, quando você tem alguma crise e você faz algumas ações que se perpetuam, ou seja, políticas que eram temporárias, como o que a gente está vendo, se tornam permanentes, o estrago que isso tende a fazer na economia é muito grande. A gente teve exemplos recentes disso, a própria crise de 2008, teve ações que se tornaram permanentes e trouxeram um problema fiscal seríssimo e estamos pagando a conta até hoje”, comenta. Bruno Funchal acrescenta que é necessária uma “virada de página” para 2021 e pede que as reformas voltem a ser discutidas. “Porque as reformas estruturantes, as reformas fiscais que reorganizam as finanças públicas, se elas eram importantes antes, quando estávamos com uma dívida de 76% do PIB, agora, com uma dívida de 96% do PIB é muito mais importante. “Para o secretário, o Brasil precisa voltar à normalidade e não pode ter um “orçamento paralelo” em 2021.
*Com informações do repórter Vitor Brown
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