Policial avança no sinal vermelho, causa acidente e mata dois jovens em SP

Jonathan Nascimento e Célio Carlos Tenório voltavam do trabalho em uma moto quando foram atingidos pelo veículo; o policial estava sem habilitação

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2020 07h30 - Atualizado em 15/12/2020 10h51
MARCO AMBROSIO/ESTADÃO CONTEÚDO Carros da polícia militar Segundo a polícia, o motorista não apresentou sinais de embriaguez; foi solicitada perícia no local

As imagens do circuito de segurança de uma empresa registraram o momento exato em que acontece o acidente envolvendo Jonathan Nascimento e Célio Carlos Tenório, ambos de 21 anos. A moto com os dois ocupantes foi atingida por um veículo, aparentemente em alta velocidade, logo após virar a esquina na Avenida Professor Vicente Rao, na Zona Sul de São Paulo. O impacto foi tão grande que os jovens foram arremessados a 100 metros de distância. Eles morreram no local. A esposa de Jonathan, Camila Santos, conta que estranhou a demora do marido para chegar em casa. “Acabou dando 2h, 2h10 e nada desse menino chegar. Eu falei ‘aconteceu alguma coisa sim, um acidente, só pode ter sido isso’, quando ele demorou para chegar eu já pensei nisso. Eu não acreditei, ele era tudo o que eu tinha. Nós estávamos há um ano só juntos, mas é como se fosse a vida inteira pra mim. Perder ele foi muito trágico. Eu não acreditava porque ele era tão cuidadoso com aquela moto.”

O acidente ocorreu na madrugada de sábado para domingo, 13. Os jovens trabalhavam em uma lanchonete, Jonathan era motoboy e o Celio chapeiro. Como eram vizinhos, os dois voltavam juntos para casa. O motorista da caminhonete que atingiu os jovens é policial militar, tem 44 anos e estava de folga. Ele vai responder por homicídio culposo, quando não a há a intenção de matar. O veículos do PM, que estava sem habilitação, ficou destruído. Segundo a polícia, ele não apresentou sinais de embriaguez. No entanto, para o primo de Jonathan, Danilo Barboza, o policial deveria ter realizado o teste do bafômetro. “Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro alegando direito de não produzir prova contra ele mesmo. Ele cometeu um ato criminoso de diversas maneiras, ao que tudo indica ele já estava em altíssima velocidade, ele furou o farol vermelho e, tudo leva a crer, que estava embriagado também. A gente quer que tudo seja investigado rigorosamente e que ele responda pelo ato, que tirou duas vidas.

A Corregedoria da Polícia Militar instaurou inquérito para avaliar a ação do policial. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que o policial não apresentou sinais de embriaguez e permaneceu no local até a chegada do socorro e da viatura de polícia.  Foi solicitada perícia no local e o motorista encaminhado para exames no IML. A Polícia Militar vai apurar a conduta do agente por meio de processo.

*Com informações da repórter Mônica Simões

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.