PM e manifestantes discutem nesta terça segurança de atos no 7 de setembro em SP

Governador de São Paulo, João Doria, confirmou que vai permitir que os protestos pró e contra o presidente Jair Bolsonaro aconteçam no mesmo dia

  • Por Jovem Pan
  • 31/08/2021 06h57 - Atualizado em 31/08/2021 09h43
Roberto Sungi/Futura Press/Estadão Conteúdo Milhares de manifestantes, a maior vestindo vermelho, tomam a avenida Paulista em protesto contra Bolsonaro Decisão liminar permitiu que a oposição realize um ato público no Vale do Anhangabaú, na mesma data em que apoiadores do governo vão fazer a manifestação na Avenida Paulista

A Polícia Militar se reúne nesta terça-feira, 31, com representantes das manifestações pró e contra o presidente Jair Bolsonaro, marcadas para 7 de setembro em São Paulo. Também participam do encontro representantes de empresas de transporte público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Nesta segunda, uma decisão liminar permitiu que a oposição realize um ato público no Vale do Anhangabaú, na mesma data em que apoiadores do governo vão fazer a manifestação na Avenida Paulista. O governador João Doria confirmou que vai permitir as duas manifestações. “Orientei a nossa PGE que não fizesse nenhum recurso. Os que são contra Bolsonaro poderão de manifestar no Anhangabaú e os que são pró-Bolsonaro vão se manifestar na Avenida Paulista, eles já haviam solicitado a opção dessa área. O que não queremos é um encontro [dos atos], isso colocaria em risco a integridade física dos manifestantes”, disse.

Os dois grupos haviam feito solicitações para organizar cada um o seu evento, mas somente os apoiadores do ato pró-governo foram autorizados a ir para as ruas porque oficializaram o pedido antes. A oposição acionou a Justiça na semana passada e conseguiu reverter a decisão. O coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo, José Vicente da Silva Filho, garante que a corporação tem capacidade de manter a segurança, mas criticou a decisão judicial. “A PM tem muita experiência em trabalhar com essas regiões centrais em manifestações. Ela chegou a cuidar de mais 800 manifestações em um único ano apenas nessa região central de São Paulo. É dado essa competência de poder articular soluções para os que pedem espaço público. A medida que o governo tomou foi de cautela, muito mais salutar do que essa decisão da Justiça, que quis preservar o direito de reunião e não se mostrou tão preocupada com a segurança dos manifestantes.”

O cientista político Alberto Carlos Almeida afirma que as manifestações não alteram os rumos do país. “Essas coisas do Bolsonaro, tudo que ele vem fazendo, 7 de setembro, não muda nada a situação do país. Não vai ter golpe, impeachment, Bolsonaro fica no cargo até eleição. Toda manifestação, em qualquer lugar do mundo, é normal que sejam contra o governo. Você está no paradoxo de ter manifestações favoráveis ao governo, não faz o menor sentido”, disse. Uma outra manifestação de oposição ao presidente Jair Bolsonaro, organizada majoritariamente pela esquerda e marcada para 12 de setembro, continua autorizada.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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