Polícia não registra caso de ator negro assaltado e espancado em SP como injúria racial
Polícia não registra como injúria racial caso de ator negro assaltado e espancado em São Paulo. Diogo Cintra, de 24 anos, depôs por cerca de seis horas nesta terça-feira (21) sobre a agressão que sofreu na semana passada.
Ele contou que foi expulso pelos seguranças do Terminal Parque Dom Pedro II quando foi pedir ajuda após uma tentativa de assalto.
Os seguranças acharam que ele era o ladrão e assistiram os verdadeiros bandidos arrastarem Diogo para fora do terminal para agredi-lo.
A delegada Gabriela Carvalho Pereira, do primeiro DP da Sé, explicou que não está configurada a injúria racial no caso porque não houve discriminação de forma verbal: “ele foi indagado se em algum momento foi proferida alguma palavra e ele fez postagem com impressão pessoal”.
A delegada se refere ao relato feito pelo ator no Facebook, que conta detalhes da agressão.
Diogo Cintra discordou da determinação, e declarou que a ação dos seguranças demonstra mais racismo do que palavras: “tomar uma decisão porque não foi falado, ação vale mais que palavras. Eu sofri agressão por parte dos seguranças porque eles não quiseram me ouvir, então acho que é injúria racial e se negaram a me proteger dentro daquele local”.
Depois do que aconteceu com o Diogo, o Terminal Parque Dom Pedro II vai ter um novo sistema de controle de acesso para garantir a segurança do local. Os funcionários envolvidos no caso foram afastados.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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