Prefeito de Manaus defende ‘rigoroso isolamento social’ contra coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 29/04/2020 09h56 - Atualizado em 29/04/2020 10h19
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Estadão Conteúdo coronavirus-brasil-mortes Ele ressalta a importância de não subnotificar os casos porque é preciso dialogar com o governo federal e com os chefes do G20

O prefeito da cidade de Manaus, Arthur Virgílio Neto, fez um apelo ao governo federal por ajuda no combate ao novo coronavírus. O Estado do Amazonas registrou até a terça-feira (28) 4.337 casos e 351 óbitos, sendo a maioria concentrados na sua capital — que já entrou em colapso.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, Neto pediu que o presidente Jair Bolsonaro pare de fazer piadas e envie um avião Hércules “cheio de remédios, EPIs, testes e tomógrafos” para o município. “Ajuda que não é rápida não é ajuda.”

De acordo com ele não há saída, a curto prazo, para a doença que não seja “um rigoroso isolamento social”. “Tem que haver isolamento social de verdade. Aqui em Manaus só não funcionou porque existe rebeldia, muita gente acredita que é ‘doença de rico’ e por conta do discurso desmobilizador do presidente Bolsonaro.”

Segundo o prefeito, o hospital de combate ao coronavírus tem funcionado com ajuda de pequenos, médios e grande da iniciativa privada. “Manaus não é uma cidade preparada para enfrentar esse pico que pode ainda não ter nem chegado, que deve se estender por junho inteiro.”

Arthur Virgílio Neto ainda denunciou que muitas das mortes recentes da cidade foram classificadas como outras doenças respiratórias ou causa definida. “Eu traduzo isso como covid-19. Sabemos muito bem quais os sintomas e nosso hospital só atende quem tem coronavírus. Não dá para dizer que morreu porque quebrou a perna.”

Ele ressalta a importância de não subnotificar os casos porque é preciso dialogar com o governo federal e com os chefes do G20. “Estou pedindo com humildade e com altivez. Todos os dias mantemos 96% da floresta amazônica em pé, está na hora de uma reciprocidade.”

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