Projeto usa tecnologia para levar música clássica a hospitais de SP
Segundo o médico e maestro Samir Rahme, a proposta do ‘Música nos Hospitais’ é trazer alívio para pacientes por meio do poder terapêutico da música instrumental
Os instrumentos e o repertório clássico são praticamente os mesmos. Mas, neste ano, o silêncio tomou o lugar dos aplausos ao fim de cada concerto. Isso porque o programa “Música nos Hospitais”, que leva todos os anos a Orquestra do Limiar para os saguões e pátios de hospitais públicos de São Paulo, passou por adaptações por causa da pandemia. A solução encontrada foi realizar as apresentações online, exibindo em TVs, telões ou paredes das instituições beneficiadas. O médico e fundador do grupo, Samir Rahme, é quem conduz o espetáculo. Segundo o Maestro, o objetivo do projeto é trazer alívio para pacientes por meio do poder terapêutico da música instrumental. “Quando você tem uma obra muito bem feita é como se você tivesse uma constituição, como é a constituição do nosso sangue, e você leva isso para o organismo e acredito que ajuda a aumentar, nem que seja um pouco, a imunidade. Porque o organismo reage, reage a esses sons de maneira muito positiva.
Samir Rahme ressalta que a música ajudar a diminuir a ansiedade e o desconforto dos pacientes, reduzindo efeitos colaterais de tratamentos mais agressivos e auxiliando na reabilitação física. A iniciativa, coordenada pela Associação Paulista de Medicina, deveria ter começado em março, mas com o avanço da pandemia a única alternativa foi adiar o evento. Segundo a Coordenadora Cultural da Instituição, Flávia Negrão, foi preciso um esforço coletivo para que o projeto chegasse ao público ainda neste ano. “É gratificante porque a gente consegue a música para acalentar as pessoas que estão hospitalizadas e levar esse benefício da música. Por meio da música, da cultura, trazer um dia diferente para elas”, diz. Uma pesquisa realizada pela Associação Paulista de Medicina com o público do projeto nas últimas edições mostrou que 78% dos pacientes que assistiram às apresentações conseguiram driblar o peso emocional dos dias de internação e tratamento. Cerca de metade deles viu nos concertos uma forma de esquecer, por alguns momentos, de seus problemas de saúde.
*Com informações da repórter Letícia Santini
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