Queda de renda aumenta entre mais pobres e desigualdade bate recorde, diz FGV
Índice de Gini, usado para medir a disparidade de renda, chegou a 0,674 de janeiro a março deste ano; estudo mostra queda na satisfação dos brasileiros
Com perda de emprego como reflexo da pandemia de Covid-19 afetou significativamente os brasileiros mais pobres, o que fez a desigualdade atingir o maior patamar da história no primeiro trimestre de 2021. A conclusão é de um levantamento do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Usado para medir a disparidade de renda, o índice de Gini atingiu recorde, chegando a 0,674 de janeiro a março, contra 0,642 um ano antes. Quanto mais perto de 1, maior é a concentração de renda. A renda média per capita também despencou para o patamar mais baixo da série histórica, aos R$ 995, ficando abaixo de R$ 1.000 mensais pela primeira vez. Segundo o diretor do FGV Social, Marcelo Neri, os dados indicam que a crise econômica no Brasil é aguda. “A gente começa 2020 com o maior nível da série, R$ 1.122, e durante a pandemia a gente vai para o menor nível da série. Do maior ao menor nível em apenas um ano, o que denota o grau de agucidade dessa recessão”, explica.
A renda do trabalho na população em idade ativa, considerando os desocupados, caiu 10,89% entre os primeiros trimestres do ano passado e deste ano. Entre a fatia dos 50% mais pobres, o recuo foi ainda maior, de 20,81%. O levantamento também aponta que os brasileiros estão mais infelizes. Numa escala de 0 a 10, a satisfação do brasileiro ficou em 6,1 no ano passado, uma queda de 0,4 ponto percentual em comparação com 2019.
*Com informações da repórter Letícia Santini
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