Queiroga nega ‘obstáculos’ para imunização infantil e afirma: ‘Vacinas só têm um dono: o povo brasileiro’

Ministro da Saúde falou sobre controle da pandemia no Brasil no fim de 2021 em entrevista exclusiva ao ‘Jornal da Manhã’

  • Por Jovem Pan
  • 30/12/2021 09h36
DENNER OVIDIO/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, visita às instalações da Central de Vacinação Contra a Covid-19 Ministro conversou com o Jornal da Manhã nesta quinta-feira, 30

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, conversou com o “Jornal da Manhã” da Jovem Pan, na manhã desta quinta-feira, 30, sobre o cenário da Covid-19 no Brasil no fim de 2021. Queiroga explicou que o processo de consulta pública sobre a imunização nessa faixa etária faz parte do controle social do Sistema Único de Saúde (SUS). “As pessoas ficam surpresas porque não estão acostumadas com o regime democrático que tem sido colocado à frente do Ministério da Saúde”, opinou. Ele voltou a criticar governadores que descartaram a prescrição médica para aplicação de vacinas contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos prevista pelo governo federal. “Governadores costumam dizer que o presidente Bolsonaro interfere no Ministério da Saúde. O que é que a gente vê na prática? Eles anunciaram que vão dispensar a prescrição médica. Eles são médicos? Ou estão interferindo nas suas secretarias estaduais e municipais? Inclusive, os governadores do Nordeste em uníssono se posicionaram nesse sentido. Pelo que eu saiba, o Consórcio do Nordeste ia trazer uma vacina que nunca chegou, uma vacina que está no espaço. Então, do ponto de vista prático, quem trouxe todas as vacinas foi o Ministério da Saúde por determinação do presidente Jair Bolsonaro”, afirmou o médico, citando a diminuição dos casos e óbitos no país como decorrência da vacina.

Queiroga afirmou que uma audiência pública sobre a vacina para as crianças está marcada para o dia 4 de janeiro. “Após a audiência pública, o Ministério vai ratificar a sua posição e fazer algumas alterações, isso tudo no sentido de levar as melhores informações para os pais”, disse. O ministro voltou a defender a não-obrigatoriedade das vacinas como um dos chamarizes de interesse e adesão da população ao imunizante e negou que o requerimento de prescrição para vacinação de crianças fosse uma burocracia, comparando com a recomendação do tipo feita para grávidas. “Se cria toda essa celeuma de que estamos querendo obstacular a vacinação das crianças quando, na realidade, todas as vacinas foram adquiridas pelo governo federal e pelo Ministério da Saúde, e essa vacina só tem um dono, o povo brasileiro”, afirmou. O ministro também disse que o Brasil se prepara para uma nova onda causada pela variante Ômicron por recomendação de Jair Bolsonaro. “O principal ponto de preparo é o avançar da nossa campanha de vacinação”, disse.

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