Questões geográficas levaram ‘cenário de guerra e caos’ a Manaus, diz prefeito

Para David Almeida, isolamento causado por disputas ‘internacionais, nacionais e ambientalistas’ causaram tragédia na capital amazonense

  • Por Jovem Pan
  • 18/01/2021 08h41 - Atualizado em 18/01/2021 10h14
SANDRO PEREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO - 14/01/2021 Na semada passada, unidades de saúde de Manaus relataram escassez de oxigênio hospitalar, o que levou a morte de pacientes por asfixia

O prefeito de Manaus, David Almeida, considera que o isolamento do Amazonas foi um dos fatores responsáveis pelo cenário de “guerra e caos” na saúde pública da capital. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 18, o prefeito negou que exista um colapso na rede municipal e enumerou os motivos que impulsionaram a situação caótica. “O mundo todo está vendo com perplexidade, isso não aconteceria em nenhuma cidade do Brasil. Estamos há cinco dias esperando chegar o oxigênio, mas não chega porque o isolamento que Manaus tem, em função de não termos uma estrada, faz com que passemos uma dificuldade. Somos os maiores preservadores do mundo e somos punidos com o isolamento fruto de lobbies internacionais, nacionais ambientalistas, que não se justificam por termos a nossa floresta preservada, que causou esse alvoroço, essa tragédia. Faltou planejamento, faltou antecipar o problema assim como a prefeitura se antecipou”, relatou.

Na semada passada, unidades de saúde de Manaus relataram escassez de oxigênio hospitalar, o que levou a morte de pacientes por asfixia e escancarou o colapso da saúde no Amazonas. Após vídeos de familiares circularem nas redes sociais expondo a situação, artistas iniciaram campanhas para arrecadação de valores destinados à compra de cilíndros de oxigênio e cobraram atuação das autoridades responsáveis. David Almeida garante que o caos na saúde não impactou as unidades de responsabilidade da prefeitura, afirmando que a rede municipal disponibilizou estoques de oxigênio e passou a receber pacientes de outros hospitais. “Não tem um hospital público municipal nessa situação. Somos atribuição da atenção básica e todos os serviços estão acontecendo, estamos dando atendimento aos pacientes nas unidades básicas de saúde, na nossa maternidade, no serviço móvel. As nossas macas, os cilindros foram deixados nos hospitais para que as pessoas fossem atendidas. Temos as condições de atender diariamente sem interrupção, acolhemos bebês nas maternidades”, disse.

Para o prefeito, além da falta de planejamento e organização das autoridades para evitar o problema, a alta de internações em Manaus é reflexo do relaxamento das restrições no fim do ano passado. “Tudo isso contribuiu, do decreto de flexibilização em funções políticas, a falta de organização, o monopólio [da empresa que fornece o oxigênio] e a questão da logística. São cinco dias de balsa de Belém a Manaus e isso dificulta, então a questão geográfica contribui para cenário de guerra e caos. Acredito que mais uns dias vamos precisar do toque de recolher, restrições de circulação. Esse foi o motivo de não ceder escolas para a realização do Enem, decisão acertada e antecipada. Sofri muitas pressões, mas tomamos a decisão certa. O administrador precisa se antecipar ao problema e se você tem informação, você precisa usar para proteger a população.”

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.