Recriação do Ministério do Trabalho retira superpoderes de Guedes, afirma deputado
De acordo com José Nelto, relator da medida provisória na Câmara, o objetivo da iniciativa é deixar que o ministro da Economia se concentre no controle da inflação
O Senado Federal aprovou na última terça-feira, 23, a medida provisória (MP) que recria o Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Em entrevista ao vivo ao Jornal da Manhã, o deputado federal José Nelto (Podemos-GO), relator da proposta na Câmara dos Deputados, falou sobre o assunto. Para ele, um dos principais objetivos de recriar a pasta é retirar superpoderes do ministro da Economia Paulo Guedes, para que ele se concentre no desenvolvimento econômico do Brasil e no controle da inflação. “Primeiro, [a MP] tira superpoderes do ministro da economia Paulo Guedes. Ele ficou com muitos superpoderes, esqueceu da principal ação dele, que é de combater a inflação no Brasil, melhorar a economia”, afirmou o deputado.
O relator da MP ainda criticou a gestão de Guedes nos assuntos relacionados ao trabalho e à previdência. “Nós temos hoje um índice de desemprego muito grande no Brasil. E a previdência, que cuida da aposentadoria do povo brasileiro, o INSS, tem sido sucateado. O Ministério da Economia sucateou o INSS, acarretando uma série de dificuldades para auxílio doença, auxílio maternidade e mesmo aposentadorias. Nós temos hoje milhares de processos, prejudicando a aposentadoria de quem tem direito no Brasil. Eu falo de quem tem direito. Aposentadoria, auxílio doença, auxílio acidente e auxílio maternidade. Eu conversei com uma mãe e ela me disse: ‘deputado, eu pedi um auxílio já tem dois anos, o meu filho já tem dois anos, e eu ainda não recebi, o meu processo não foi julgado’, então a recriação [do ministério do Trabalho] fará com que o Congresso Nacional possa fiscalizar de perto as ações desse ministério recém-criado”, explicou. “O Ministério do Trabalho jamais deveria ter sido instinto”.
Especificamente sobre a previdência, o deputado destacou a intenção de fazer com que ela se sustente. “A reforma da previdência já foi realizada, mas nós temos que continuar perseguindo a reforma previdenciária. Outras reformas virão pela frente. Até porque a expectativa de vida da população brasileira tem aumentado muito e é preciso ter muito cuidado com a previdência. O governo não pode continuar tirando dinheiro dos cofres públicos para continuar bancando a previdência do povo brasileiro. Ela tem que auto se sustentar. Esse é o nosso desejo”, pontuou. Ainda assim, Nelto destacou a necessidade de manutenção e priorização de algumas categorias específicas. “Nós temos que defender também certas categorias, como os trabalhadores rurais. Até incentivando, para que o homem possa continuar no campo, produzindo alimentos para ele possa chegar mais barato à mesa do trabalhador”, pontuou.
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