Renan Calheiros diz que, se CPI da Covid provar, Bolsonaro ‘será responsabilizado, sim’

Relator da Comissão deu entrevista a grupo de advogados e falou que apenas ‘aliados da pandemia’ deverão ter medo da CPI da Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 09/05/2021 10h00 - Atualizado em 09/05/2021 10h26
Jefferson Rudy/Agência Senado senador renan calheiros falando, com a mão levantada, em frente a um microfone. Ele é branco, tem cabelos grisalhos e usa óculos. Renan Calheiros deu entrevista sobre CPI da Covid-19

O senador Renan Calheiros afirmou neste sábado, 7, que espera que o presidente Jair Bolsonaro não tenha responsabilidade sobre o agravamento da pandemia no Brasil e que, se for provada alguma culpa por parte dele, ele será responsabilizado. O relator da CPI da Covid-19 deu a declaração neste sábado em entrevista virtual ao grupo de advogados Prerrogativas disse que deve ser levado em consideração a forma como o governo minimizou a pandemia. Renan Calheiros teceu comentários também sobre o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. O senador afirmou que Pazuello usa o exército como “biombo”. “Por que é que o ministro Pazuello não foi como testemunha depor? Ele ganhou tempo. E está criando uma crise nas forças armadas muito grande porque tem usado o fato de ser um general da ativa para ter o Exército, que é uma instituição nacional respeitável, como um ‘biombo’ para que ele não vá depor na CPI, porque certamente ele não tem muito a acrescentar. Não tem muito o que dizer, afirmou.

Eduardo Pazuello compareceria à CPI na semana passada, mas teve o depoimento adiado depois que informou à Comissão que teve contato com pessoas contaminadas pelo coronavírus. Renan Calheiros também disse que as Forças Armadas não são investigadas. “Quem precisa ter receio são os aliados da pandemia. “Investigar os militares não é nosso papel. Eles não precisam ter nenhum receio. Quem tem que continuar com receio são os aliados da pandemia”, frisou. Na conversa, o emedebista falou sobre a atuação da Lava Jato, afirmando que, apesar dos méritos, a operação teve falhas na conduta. “É uma operação política. Começou política, se aprofundou politicamente, tentou substituir a representação política do país, criminalizou reputações, misturou condenados com inocentes e deu no que deu. Tivemos uma eleição de 2018 sob esse clima”, disse. Renan Calheiros lembrou a aprovação do juiz das garantias e condenou a atuação do ex-juiz Sergio Moro e que ele se desgastou depois que passou a integrar o governo do presidente Jair Bolsonaro.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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