Sepultadores, professores e promotores: Categorias cobram prioridade na vacinação

Cirurgiões dentistas da rede privada e servidores da segurança de São Paulo também estão entre os setores que reivindicam acesso antecipado à imunização contra a Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 08/02/2021 09h34
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MARX VASCONCELOS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Enfermeira usando máscara e face-shield e preparando uma vacina, com a seringa na mão. Ela usa jaleco branco e tem o cabelo preso em um coque. Pesquisadores do Comitê de Saúde da pessoa idosa da Fiocruz defendem a inclusão de idosos com limitações funcionais, independente da idade

Após sofrer pressão de cirurgiões dentistas, a prefeitura da capital paulista anunciou na última quinta-feira, 04, que funcionários de saúde da rede privada com mais de 60 anos serão vacinados a partir desta terça-feira, 09. Na cidade, até o momento, apenas os dentistas da rede pública foram priorizados. A estimativa é que 75% dos profissionais de odontologia trabalham em consultórios particulares. A doutora Ana Saraiva é uma delas. Tem pessoas que falam: vocês não são da saúde, vocês têm que ser os últimos a tomar a vacina. É desmerecedor e a gente sabe que a saúde começa pela boca, tantos problemas na boca do paciente que podem levar a ter problema de estômago, de rins, do coração. Mas muita gente não vê dessa forma e é muito triste ver que o governo vê dessa forma”, afirmou.

Diferente da capital, municípios do Grande ABC, assim como Cotia e Guarulhos, já iniciaram a vacinação de dentistas da rede pública e privada. O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, disse que todas as decisões da prefeitura foram baseadas no Plano Nacional de Imunização. “Nesta terceira fase que iniciamos o agendamento online, nós priorizamos os dentistas porque eles têm um contato direto com um teórico material infectante, que é a saliva. O dentista atua diretamente com a saliva. Então além de toda proteção, é fundamental que possamos imunizá-los.”

Com a chegada de novos insumos para produção de vacinas, o Estado de São Paulo começa a expandir o público alvo a ser imunizado e diferentes categoria lutam por prioridade no programa de vacinação. O sindicato dos professores do Estado de São Paulo decretou greve, a partir desta segunda-feira, 08, e reivindica o retorno das aulas presenciais, somente após a imunização dos profissionais da educação.  O professor de história, Severino Honorato, disse que muitas escolas públicas tem poucos banheiros, salas superlotadas e pouco ventiladas e sem funcionários para fazer a limpeza repetidas vezes. “Nós professores e professoras da rede estadual de ensino decretamos greve sanitária em defesa da vida. Primeiro porque achamos que as escolas não têm condições sanitárias de receber os estudantes. Em função disso, queremos continua trabalhando remotamente e achamos importante que sejamos prioridade na vacinação para salvar vidas das crianças, profissionais e suas famílias”, disse. Pesquisadores do Comitê de Saúde da pessoa idosa da Fiocruz defendem a inclusão de idosos com limitações funcionais, independente da idade, e seus cuidadores, no plano de imunização. Sepultadores, promotores e servidores da segurança de São Paulo também estão entre as categorias que reivindicam prioridade no calendário de imunização.

*Com informações da repórter Caterina Achutti

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