Setembro de 2020 bate recorde como mais quente da história
Mês fez 0,5º C mais calor que mesmo período de 2019, que já tinha o recorde anterior
O mês de setembro passado foi o mais quente já registrado na média global. A constatação é da agência Copernicus, serviço oficial da União Europeia para estudos sobre o clima. Segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (7), setembro de 2020 foi 0,5º C mais quente que setembro de 2019, que já tinha o recorde anterior. A camada de gelo no Ártico também está na sua segunda menor extensão desde que se faz esse tipo de registro. E as projeções indicam que este ano inevitavelmente será o mais quente da história.
A Copernicus conclui que esses elementos configuram claramente a interferência humana para o aquecimento global e ainda relaciona as emissões de poluentes aos eventos climáticos extremos que têm ocorrido com mais frequência — como os incêndios florestais na Califórnia e na Austrália, ou as chuvas torrenciais no sul da França, que foi atingido pela tempestade Alex. A região foi inundada por meio metro de chuva em um dia — um evento desses é esperado uma vez a cada cem anos, em 2020 foram dois em uma semana.
O Reino Unido, por sua vez, teve a primavera com o maior número de dias ensolarados da história. Em agosto, o recorde de dias com temperaturas acima de 34ºC também foi quebrado. Ainda existe muita desinformação e fake news sobre o tema, mas a importância de uma ação coordenada para combater a emergência climática é consenso entre os europeus. Na terça mesmo, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tratou do tema durante a convenção do partido conservador — vejam bem, estou falando dos conservadores britânicos. Acredito que ninguém terá coragem de acusá-los de esquerdistas ou comunistas.
Johnson anunciou um mega projeto de seu governo para investir em energia limpa e renovável. O primeiro-ministro chegou a dizer que a Grã Bretanha quer se tornar na Arábia Saudita do vento — tamanho o investimento em energia eólica. O conservador vai destinar o equivalente a mais de R$ 1 bilhão para iniciar o projeto que pretende acelerar a transformação na matriz energética do país. O programa foi bem recebido por ambientalistas, mas a sensação é de que ainda é pouco diante do tamanho do problema trazido pela emissão de poluentes, que segue em um nível inaceitável.
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