Situação de pontes e viadutos de São Paulo é preocupante, segundo especialistas
O incidente envolvendo a ponte que cedeu quase dois metros, na região da Marginal Pinheiros, há pouco menos de um mês, resultando na interdição de parte de uma das principais vias da cidade, reabre discussão sobre a conservação de outras pontes e viadutos da cidade de São Paulo.
Nesta quarta-feira (05), outra importante estrutura paulistana passa por interdição para manutenção: a ponte do Limão, que liga os bairros da Casa Verde e Barra Funda. Segundo a Prefeitura, foram identificadas rachaduras no asfalto que serão recuperadas em 21 dias.
Nesse período, haverá a interdição da pista sentido bairro da ponte.
Diante desses casos recentes, a reportagem da Jovem Pan convidou Rafael Timerman, do Instituto de Engenharia de São Paulo, sócio da consultoria Engeti e diretor da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural, para visitar outras pontes e viadutos da capital.
A situação das quase 200 obras dessa natureza preocupa, segundo o especialista, pois a Prefeitura não tem um claro diagnóstico das estruturas.
Na região da Marginal Pinheiros, a ponte Cidade Jardim parece estar em boas condições visualmente, mas o especialista mostra que é necessário foco e atenção.
Caminhando adiante na Marginal Pinheiros, o engenheiro Rafael Timerman nos leva à ponte Eusébio Matoso, importante ligação da região Oeste da capital e região metropolitana com o centro da cidade.
Nesse trecho, a preocupação é maior, pois é visível como a estrutura está bastante danificada.
Os riscos às estruturas não são exclusividades das pontes das marginais. Em situação semelhante, com concreto quebrado e ferros retorcidos, está o Viaduto General Olímpio da Silveira, conhecido Viaduto Pacaembu, na Zona Oeste da cidade.
Daí, explica o engenheiro Rafael, a necessidade de um grande projeto para trazer mais segurança para quem usa esses espaços.
Em outras regiões a situação se repete com o desgaste do concreto, corrosão em metais, infiltração e até plantas e árvores que nascem nos vãos das edificações.
A atual gestão se comprometeu a contratar empresa especializada para mapear a situação das pontes e viadutos.
No fim do ano passado, estudo do Sinaenco, Sindicato Nacional da Arquitetura e da Engenharia Consultiva apontou que 73 dos 185 viadutos e pontes da capital têm problemas de manutenção, e destacou os 15 piores, que deveriam ter prioridade em sua recuperação. Dessas, as três piores são: a Ponte Jânio Quadros, o Viaduto Pacaembu e a Ponte da Freguesia da Ó.
*Informações do repórter Fernando Martins
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