‘Tem quem peça lockdown, tem quem queira liberar geral, mas todos estão equivocados’, diz Renan Filho
Governador do Alagoas acredita que retomada do auxílio emergencial é a única alternativa no momento
O governador de Alagoas, Renan Filho, defende o equilíbrio entre a saúde e a economia para que o Brasil minimize a crise causada pela pandemia da Covid-19. Para ele, a retomada do auxílio emergencial é a única alternativa no momento em que os casos, mortes e internações pela doença aumentam. “Nós aqui do Nordeste torcemos para que seja aprovado ainda mais rapidamente. Para nossa economia, essa injeção de recursos é ainda mais significativa. O Brasil, como um todo, vive uma crise muito dura e o auxílio emergencial vai ajudar todos a enfrentarem esse momento.”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Renan Filho comparou os dois setores com as asas de um avião: se arrancar qualquer uma, o dano é muito grande. “Mas se precisar escolher um só, tem que ser a saúde”, completou. Para ele, esse momento é muito duro. “O Brasil tem, ao mesmo tempo, pessoas que pedem lockdown e libera geral. No meu ponto de vista, ambos estão equivocados. É importante que o país encontre o equilíbrio. No último ano vimos uma escalada da dívida pública e isso gera instabilidade. Ela atrapalha muito a economia.”
Para ele, a grande discussão que o Brasil vai ter que fazer no pós pandemia e agora, para dar exemplo, é como o país vai fazer o endividamento voltar a patamares aceitáveis para um país em desenvolvimento. “A gente já observa problema no aumento do dólar e também na pressão para elevação da taxa de juros. Isso significa que estamos próximos do limite de gastos. Neste ano ainda é fundamental encontrar uma maneira de financiar quem precisa mais na economia. Somos um país desigual e, em uma hora dessa, é preciso cuidar do mais pobre.”
Renan Filho destacou que as autoridades se prepararam e criaram leitos no decorrer de 2020, mas que as novas cepas mais resistentes e transmissíveis provocaram uma segunda onda. “Quando chegamos em uma ocupação de 20%, entre setembro e outubro, os estados diminuíram a quantidade de leitos porque isso demanda pessoas, recursos e equipamentos. Não era razoável manter. Agora, a expansão de leitos precisa ser mais rápida que a expansão do vírus porque vidas não voltam.”
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