Tereza Cristina: ‘Europa tem desinformação total ou torta’ sobre posição do Brasil em questões ambientais
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse em entrevista ao Jornal da Manhã nesta segunda-feira (1) que os países europeus são desinformados ou mal informados sobre a posição do presidente Jair Bolsonaro (PSL) a respeito da área ambiental do Brasil. Segundo ela, é preciso “desmistificar” a visão que a população desses países e que algumas ONGS têm de que o Brasil é um país “transgressor do meio ambiente e das questões indígenas.”
“Chegamos à conclusão de que a Europa tem uma desinformação total ou informação torta a respeito de assuntos ambientais para tumultuar e fazer a população europeia crer que o Brasil descumpre quesitos ambientais e humanitários da parte indígena”, disse a ministra, acrescentando que tem “muita gente lá fora que não tem interesse que o agronegócio brasileiro cresça.”
De acordo com Cristina, o princípio de precaução, que permite sobretudo aos europeus invocar questões sanitárias e do meio ambiente, como de animais e plantas, não vai ser um problema dentro do acordo entre União Europeia e Mercosul. Ela explica que o Brasil na legislação brasileira “não há nada que fuja à regra dos princípios deles” e que foi acertado um texto sobre o princípio dentro do acordo.
Segundo a ministra, os países chegaram a um texto que garante que, dentro da agricultura, apenas o que “for cientificamente provado pode ser usado politicamente”. “Esse era nosso medo. Na nossa legislação temos o princípio em vários setores, mas a nossa preocupação era como isso entraria no acordo”, explica.
Acordo
Cristina disse que foi o Brasil quem bateu o martelo para a assinatura do acordo. “A Argentina e o Uruguai também tinham pontos sensíveis, mas bem menores que os nossos, até pelo tamanho do país”, afirma, ressaltando que muitas das negociações foram “difíceis e duras.” “Não é só um pacote agrícola, e sim com todos os setores de serviço, indústria, comércio… Mas a parte agrícola com certeza era a mais difícil, porque temos uma Europa protecionista e o Mercosul também ficou durante muitos anos travado, com reserva de mercado entre os membros”, explica.
A ministra prevê que, “com boa vontade de todos”, o acordo deve demorar entre um ano e meio e dois para entrar em vigor, uma vez que precisa ser traduzido para todas as línguas dos 27 países membros e, depois disso, aprovar em todos os respectivos parlamentos. “Não é algo a curto prazo”, declarou.
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