TSE vai apurar financiamento dos atos de 7 de setembro; esquerda planeja novos protestos
Inquérito vai investigar se as manifestações pró-Bolsonaro foram financiadas por autoridades e empresários, o que pode configurar abuso de poder político e econômico
O corregedor geral da Justiça Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão, decidiu investigar se os atos de 7 de setembro teriam sido financiados por políticos e empresários. O procedimento foi incluído no inquérito que apura a disseminação de fake news contra o sistema eleitoral. A decisão cita um vídeo em que um homem vestido com camisa em apoio ao voto impresso aparece distribuindo dinheiro dentro de um ônibus para manifestantes, supostamente na cidade de Pompéia, interior de São Paulo. Salomão aponta que os fatos podem configurar abuso de poder político e econômico e propaganda antecipada. O financiamento das manifestações também vai ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta quarta-feira, 15, líderes de bancada e presidentes de nove partidos de oposição se reuniram e decidiram convocar atos unificados contra o presidente Jair Bolsonaro para os dias 2 de outubro e 15 de novembro. A intenção é buscar o apoio de outros movimentos, como o Movimento Brasil Livre, apesar da baixa adesão do último domingo. As legendas que planejam os atos são PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, Rede, Cidadania e Solidariedade. O líder do PT na Câmara, deputado federal Elvino Bohn Gass, defende união em torno do impeachment presidencial. “Uma ampla mobilização no Brasil inteiro, nas médias penas e grade cidades. Atos em nome da democracia, com Fora Bolsonaro e pauta do povo, que é comida, emprego e contra essa alta de preços nos combustíveis e alimentos, que a pop brasileira não aguenta mais.”
Em debate nesta quarta-feira, 15, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (FHC), José Sarney e Michel Temer pediram pacificação ao país. FHC defende que é preciso reafirmar a crença na democracia. Você pode gostar ou não gostar de quem está exercendo a Presidência da República, num dado período, mas, mesmo essa pessoa que você não gosta, ela está dentro do sistema que foi sacramentado na Constituição brasileira”, disse. Já Temer voltou a defender o diálogo entre os Poderes e Sarney criticou a judicialidade da política. O evento foi promovido pelo MDB, PSDB, DEM e Cidadania e contou com a presença dos presidentes dos quatro partidos.
*Com informações do repórter João Vitor Rocha
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