Vítimas de Brumadinho protestam contra acordo entre MG e Vale e prometem ir à Justiça por valor integral
Zema reiterou que as medidas obrigam a empresa a iniciar imediatamente a reparação dos danos causados
Apesar das críticas de familiares de vítimas da tragédia de Brumadinho, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, comemorou o acordo firmado com a mineradora Vale, que vai indenizar o estado em mais de R$ 37 bilhões pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão em 2018. O valor ficou bem abaixo dos R$ 55 bilhões previstos inicialmente. Zema reiterou que as medidas obrigam a empresa a iniciar imediatamente a reparação dos danos causados e que a verba será utilizada em projetos socioeconômicos e ambientais focados nas regiões atingidas, gerando 365 mil empregos. Romeu Zema prometeu manter as buscas pelas 11 pessoas que ainda não foram encontradas. O acordo não prevê indenizações às famílias das vítimas.
O governador de Minas garantiu que todos os partes foram ouvidas. “Todas as partes envolvidas participaram na cidade de Brumadinho, na região do Rio Paraopeba, as instituições públicas. Todos foram escutados. Foi uma participação como poucas vezes se viu em Minas Gerais.” Enquanto o acordo era assinado, 150 pessoas ligadas ao movimento dos atingidos por barragens protestavam na porta do Tribunal de Justiça em Belo Horizonte. O grupo alega que não houve participação de vítimas e familiares na negociação e que a ação foi um acordo entre a mineradora e o governo para publicizar a administração estadual e valorizar as ações da Vale. A entidade acredita que, para uma reparação efetiva, é necessário um outro acordo — com ampla participação dos atingidos. Eles prometem recorrer ao Supremo Tribunal Federal para garantir a reparação no valor integral.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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