Presidente da Fenapef diz que declarações de Segovia foram uma “sequência de equívocos”

  • Por Jovem Pan
  • 12/02/2018 17h37 - Atualizado em 12/02/2018 17h47
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Divulgação/Fenapef Boudens disse que tem uma reunião marcada com o diretor-geral da PF para falar sobre as declarações dadas à Reuters

A agência Reuters divulgou na última sexta-feira (9) uma entrevista do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, em que ele dizia que, com base nas apurações feitas até o momento, não há nenhum indício de que o decreto do setor de Portos tenha beneficiado a empresa Rodrimar. Segundo ele, em tese, se houve corrupção, não se tem notícia do benefício que teria sido recebido pelo presidente Michel Temer.

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, afirmou que a declarações do diretor-geral da instituição foram “uma sequência de equívocos”.

“Primeiro ele, como gestor, não deveria adentrar as questões de investigação. Isso é um ponto que é comum a todos os policiais federais ao analisar essa situação. E em um segundo momento ele antecipa e já garante o entendimento futuro do Ministério Público, no caso a PGR, que é a quem cabe legalmente pedir o arquivamento de qualquer investigação da polícia federal”, disse Boudens.

“E depois, do Judiciário, que recebendo a manifestação do Ministério Público tem que promover o arquivamento ou não. Então é uma fala que contém vários equívocos e nós ficamos preocupados com o tipo de manifestação que foi dado, já conversamos inclusive com o diretor-geral sobre isso, temos reunião nesta semana pra tratar do assunto e esperamos que essa fala não represente qualquer tipo de compromisso político que venha comprometer nosso trabalho”, completou o presidente da Fenapef.

Apesar de discordar das palavras de Segovia, Boudens afirmou que o atual diretor-geral da PF sempre foi um policial muito respeitado dentro da instituição, mas ressaltou que ele ingressou no cargo em que ocupa em um momento muito complicado.

“Ele tomou posse em meio a uma crise política, há uma situação financeira complicada e um caos na segurança pública, que a polícia federal faz parte. E ele enfrentou forte oposição dos próprios pares no cargo dele, que pertence ao cargo de delegado”, contou.

*A entrevista é de Vitor Brown

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