Mesmo com inflação alta, mercado espera que BC baixe os juros

  • Por Jovem Pan com AE
  • 03/10/2016 09h32
Sede do Banco Central, em Brasília. 15/01/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino REUTERS/Ueslei Marcelino - 15/01/2015 Sede do Banco Central

O relatório Focus desta segunda-feira (03) mostra poucas alterações nas projeções do mercado para os principais indicadores da economia.

O único indicador mais importante que mudou foi o da inflação, que caiu para 7,23%, ainda muito alta.

Mesmo assim, o mercado já trabalha com a possibilidade de o Banco Central baixar os juros ainda em outrubro, uma vez que a previsão do BC é de inflação mais baixa em 2017.

O mercado prevê ainda queda no PIB de 3,14% e retomada no ano que vem com expansão de 1,3% em 2016.

O mercado conta com o dólar a R$ 3,25 no final do ano.

Veja no comentário de Denise Campos de Toledo no Jornal da Manhã:

Veja mais detalhes do relatório Focus na notícia:

Após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) pelo Banco Central, na semana passada, os economistas do mercado financeiro reduziram levemente suas projeções para a inflação em 2016. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 3, mostra que a mediana para o IPCA – o índice oficial de inflação – este ano passou de 7,25% para 7,23%. Há um mês, estava em 7,34%. Já o índice para o ano que vem permaneceu em 5,07%. Há quatro semanas, apontava 5,12%.

No RTI, o BC atualizou suas projeções para a inflação e, pela primeira vez, estimou que o IPCA pode fechar 2017 abaixo de 4,5% (centro da meta de inflação perseguida). Conforme o RTI, a inflação pelo cenário de referência do BC, que considera a Selic (taxa básica de juros da economia) em 14,25% ao ano e câmbio a R$ 3,30, ficará em 7,3% em 2016, 4,4% em 2017 e 3,8% em 2018. Para boa parte do mercado financeiro, estas projeções indicam que o BC está perto de iniciar o ciclo de cortes da Selic.

No relatório Focus desta segunda, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para este ano permaneceu em 7,30%. Para 2017, seguiu em 5,50%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,42% e 5,25%.

Já a inflação suavizada 12 meses a frente voltou a ceder, passando de 5,16% para 5,15% de uma semana para outra – há um mês, estava em 5,28%.

Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para setembro passou de 0,26% para 0,24%. Um mês antes, estava em 0,36%. No caso de outubro, a previsão do Focus seguiu em 0,40%. Há quatro semanas, era de 0,42%. No RTI, o BC também apresentou suas estimativas mensais para o IPCA: 0,19% para setembro, 0,40% para outubro e 0,45% para novembro.

Outros índices

O Relatório Focus mostrou ainda que a mediana do IGP-DI de 2016 passou de 8,00% para 7,94% da última semana para esta. Há um mês, estava em 7,75%. Para o ano que vem, a mediana das previsões permaneceu em 5,50%, mesmo porcentual de quatro levantamentos atrás. Os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.

Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, passou de 8,17% para 8,01% nas projeções dos analistas para 2016. Quatro levantamentos antes estava em 8,23%. Para 2017, as previsões foram de 5,53% para 5,50% – um mês atrás estava em 5,57%.

A mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2016 caiu esta semana, de 7,21% para 7,07%. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 7,22%. Para 2017, as expectativas para a inflação de São Paulo subiram de 4,92% para 5,12%, ante 5,26% de um mês antes.

Fonte da notícia: Estadão Conteúdo

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