Atriz Cristiane Machado relembra agressões de ex-marido: ‘Tinha certeza que ia morrer’
Em entrevista ao Morning Show, vítima de violência doméstica afirmou que ex tenta silenciá-la através do Código Penal: ‘Quanto mais dinheiro, mais fácil entrar com recurso’
O programa Morning Show, da Jovem Pan, recebeu nesta segunda-feira, 30, a atriz Cristiane Machado, que denunciou o ex-marido, o diplomata Sergio Schiller Thompson-Flores, por agressão em 2018. Em entrevista, ela afirmou que instalou câmeras em casa, pois tinha medo de que o esposo fizesse mal a ela e à sua família. “Eu instalei as câmeras no quarto porque eu tinha certeza que eu ia morrer. Só que meus pais são deficientes, meu pai é deficiente visual e minha mãe física. Então não conseguiriam chegar nem a uma delegacia sozinhos. Fui ameaçada, disseram que se eu entregasse para a polícia, ele mataria meus pais. Eu estou falando de um caso, assim como muitos outros, que os agressores têm o perfil de pessoas bacanas perante a sociedade, boa índole, aparentemente, mas dentro de casa é o lugar mais perigoso, é ali onde a máscara cai. Dentro da nossa casa, é o momento em que a gente relaxa e realmente é quem é. Na rua você não transparece quem você de fato é. Eu tinha medo de morrer e meus pais não teriam como provar que eu corria perigo, eu não estaria mais ali por ele.”
Cristiane, que é ativista dos direitos das mulheres vítimas da violência doméstica, afirmou que as denúncias que as acusam de fraude processual e extorsão são caluniosas. Segundo ela, o ex-marido usou do Código Penal para se vingar. “A minha bandeira é a pós-denuncia, quando a vítima denuncia, ela é muito desprotegida para a vingança. Eu fui indiciada e foi arquivado, improcedente, porque não é comum e não existia nenhum fato. Desqualificar a vítima é muito comum. Obviamente, como todo agressor, quanto mais dinheiro, mais fácil entrar com recurso. Ele foi condenado em segunda instância, são dois processos que correm. Eu não respondo mais por esse indiciamento. Foi arquivado pelo juiz, a tentativa do agressor é sempre desqualificar a vítima utilizando o judiciário, alargando o processo. Isso é muito comum entre qualquer agressor.”
A atriz ainda explicou como surgiram os primeiros resquícios de agressividade no marido durante o casamento. “A personalidade dele foi ficando muito agressiva depois que eu me casei. Primeiro pela imposição do meu trabalho, quando eu conheci a gente vivia, ele adorava meu trabalho, eu estava no ar fazendo novela, era muito legal, eram altas trocas. Quando eu assinei o sobrenome, no civil, eu virei uma propriedade. ‘Ah, meu amor, não vou conseguir, eu tenho ciúme de você trabalhar’. O ciúme é uma coisa que permeia muito a relação. A primeira vez que eu sofri a violência eu me separei, faltava um mês para eu me casar no religioso. Algumas coisas eu não posso falar, para não ser processada por calúnia. Eles usam o próprio Código Penal para silenciar a vítima.”
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