Moro reconhece ‘brincadeira infeliz’ com Gilmar Mendes, mas diz que é vítima de perseguição

Em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan News, senador voltou a defender que comentário sobre compra de habeas corpus do ministro do STF foi retirado do contexto: ‘Não sei quem gravou, não sabia que estava sendo filmado’

  • Por Jovem Pan
  • 18/04/2023 11h41 - Atualizado em 18/04/2023 12h03
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Reprodução / Jovem Pan News Sergio Moro Senador Sergio Moro em entrevista exclusiva ao programa Morning Show, da Jovem Pan News

O senador Sergio Moro (União-PR) reconheceu que comentário sobre suposta compra de habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi uma “brincadeira infeliz”. Em entrevista exclusiva ao programa Morning Show, da Jovem Pan News, nesta terça-feira, 18, o ex-juiz voltou a defender que o comentário se referia a uma brincadeira de festa junina e foi feito em tom “totalmente jocoso”, mas admitiu a infelicidade da sua fala. “Não sei quem gravou, não sabia que estava sendo gravado. Estava falando sobre prenda para soltar da cadeia de festa junina, era totalmente jocoso. Podem me culpar por ter feito uma brincadeira infeliz, mas era prisão de cadeia de festa junina. Jamais imaginei que poderia inferir uma acusação contra o ministro”, disse o senador, que alega ser vítima de perseguição. “Quem teria interesse em me indispor com o Supremo? Particularmente, tenho minhas suspeitas mas não vou afirmar. Quem se beneficiaria de um vídeo destinado a me indispor com um ministro? Essa pessoa ou essas pessoas é que são responsáveis pela ofensa ao ministro Gilmar Mendes”, completou. Sergio Moro também falou em movimento coordenado contra ele e citou falas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que considerou “reprováveis” e estariam conectadas.

“Vejo vários sinais disso. Falas do presidente da República reprováveis, ele não pediu desculpa. Em dois momentos o presidente se reportou a mim de forma inapropriada. (…) Estou muito preocupado com os rumos desse governo, a gente vê uma perseguição a minha pessoa”, mencionou. Questionado sobre a sua reação após a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o senador disse ter ficado “indignado” e “assustado” com a dimensão que o fato chegou. “Pessoas mal intencionadas editaram o vídeo, com falas desconectadas, postaram na internet com o claro propósito de me indispor com o Supremo. Fui procurado pela imprensa, disse que eram falas desconexas e não acusei ninguém de um crime. Três dias depois, uma denúncia açodada da PGR sem que eu sequer tenha sido ouvido”, ponderou o senador, alegando que vê na denúncia da Procuradoria um desrespeito ao Senado. “Jamais fiz uma acusação contra o ministro Gilmar Mendes. Tenho divergências e já sofri calúnias da parte dele, mas preferi não entrar nessa briga. Me acusar de calúnia como foi açodada, foi um disparate, a liberdade está sendo colocada em jogo”, completou.

Como a Jovem Pan mostrou, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia contra Sergio Moro por “manifestação caluniosa” contra o ministro Gilmar Mendes. A ação foi apresentada após viralizar um vídeo nas redes sociais em que o ex-juiz aparece falando sobre suposta negociação de habeas corpus pelo magistrado. Em pronunciamento, o ex-juiz disse que a denúncia não tem base e que a gravação ‘não revela’ acusação contra Gilmar. “Fragmentos do vídeo editado e divulgado por terceiros não revelam qualquer acusação contra o Ministro Gilmar Mendes. O Senador Sergio Moro sempre se pronunciou de forma respeitosa em relação ao Supremo Tribunal Federal e seus ministros, mesmo quando provocado ou contrariado”, afirma o comunicado, divulgado pela imprensa na segunda-feira, 17. Moro também reafirmou que o vídeo foi tirado de contexto e explica que se tratava de uma piada em uma festa junina: “Brincava-se sobre ‘cadeia’ em festa junina na qual paga-se uma prenda para sair (atenção: não é crime pagar ou receber nesse caso). A não ser que a PGR queira dizer que acusei o Min. Gilmar de ‘vender’ ‘habeas corpus’ contra ‘prisão’ de festa junina, penso que a denúncia é absurda.”

 

 

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