Chefe de programação do Google defende diversidade nas empresas: ‘Tem que dar oportunidade para as minorias’

Paula Silva e Priscila Sergole, do Google Cloud, falaram sobre a inclusão de mulheres em ambientes corporativos da tecnologia em entrevista ao programa Mulheres Positivas

  • Por Jovem Pan
  • 28/06/2022 18h43
Reprodução/Jovem Pan News mulheres positivas Paula Silva e Priscila Sergole foram as convidadas do Mulheres Positivas

Nesta semana, o programa Mulheres Positivas recebeu Paula Silva e Priscila Sergole, respectivamente principal architect e regional services manager do Google Cloud. Em entrevista à Fabi Saad, Paula defendeu a importância de uma equipe diversa de minorias, com negros, mulheres e pessoas da comunidade LGBT, no ramo da tecnologia. “Na faculdade, nos cursos que eu fiz, sempre foi um ambiente predominantemente masculino, mas acredito que esse cenário vem mudando. Há muito o que ser feito, mas tem que ver o copo cheio do trabalho que vem sendo feito pela sociedade e pelas empresas”, observou. “A gente tem visto um retorno, mulheres procurando oportunidades em tecnologia. Porém, o precisamos criar oportunidades e vagas de formação.”

Paula defende um ambiente de oportunidades e mais amigável para as mulheres. Ela observa diferentes iniciativas a serem mudadas desde o processo de contratação. “Eu tive oportunidade, um dia alguém acreditou em mim. A gente tem que dar oportunidade para outras pessoas também, principalmente quando se fala de minorias. Acho crucial a jornada da candidata e cito três pontos. Primeiro é quando ela vê a publicação da vaga. É um ponto de conflito, uma vaga em outro idioma, direcionada ao público masculino. Eu comecei assim: ‘Será que vou?'”, relembrou. “O segundo ponto é a etapa do processo seletivo. Na maioria das vezes são homens brancos heteronormativos. O terceiro ponto é quando entra na empresa, já tem mais homens ali. Querendo ou não, pode acabar afetando na performance da mulher nessa empresa.”

Priscila Sergole trouxe o exemplo de uma vaga de emprego técnica para a qual concorreu no início de sua carreira. “Meu primeiro emprego numa multinacional. Estava concorrendo numa empresa para um cargo mais técnico. O gerente que me entrevistou olhou para mim e falou: ‘Eu não sei porque estou entrevistando você, que é uma mulher. O meu time dez 10 homens'”, lembrou. “Ele foi supertransparente. Essa história foi marcante, ele mudou muito a percepção dele com relação ao que a mulher pode fazer. Essa área dessa empresa hoje tem 50% de mulheres. Eu tive muitas vezes que me provar fisicamente”, concluiu.

Como mulher positiva, Priscila Sergole indicou o trabalho da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, autora de sucessos literários como “Para Educar Crianças Feministas” e “Americanah”. Já Paula Silva relembrou como inspiração o trabalho de sua esposa, Cíntia, que é pesquisadora científica. “Uma mulher que acredita em educação, está dentro da universidade e da pesquisa.”

Confira na íntegra o programa Mulheres Positivas desta semana:

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