Medalhista na Paraolimpíada de Tóquio conta o que a levou ao mundo dos esportes e afirma: ‘Sou o meu orgulho’

Em entrevista ao Mulheres Positivas, Raissa Machado contou que foi incentivada por professores, emocionou-se ao falar da mãe e revelou se inspirar na estrela da ginástica Daiane dos Santos

  • Por Jovem Pan
  • 03/07/2023 19h47
Reprodução/Jovem Pan News Raissa Machado Raissa Machado foi a convidada do programa Mulheres Positivas

Nesta semana, o programa Mulheres Positivas recebeu a atleta paraolímpica Raissa Machado. Em entrevista à apresentadora Fabi Saad, ela relembrou a sua trajetória e os preconceitos que sofreu pela má formação congênita e o uso da cadeira de rodas. “Eu sou o meu orgulho. Antes, eu queria provar muito para muitas pessoas. Quando comecei a me entender e saber que precisava olhar para mim mesma, a chavinha virou. Desde criança eu escutei que eu ia depender da minha mãe para tudo, que eu não ia ser ninguém. Quando você vem deficiente, as pessoas acham que você vai ser incapaz”, desabafou. “Comecei a provar desde novinha que eu ia ser capaz de querer e de realizar. O que me motivou foi minha mãe, ela é faxineira. No meu mundo era só eu sozinha, naquela época eu não imaginava outras pessoas com deficiência. Minha inspiração de mulher, a primeira pessoa com quem tive contato na televisão, foi a Daiane dos Santos. Comecei na dança, não nos esportes. Era muito dentro de mim”, recordou.

Medalha de prata nas Paraolimpíadas de Tóquio, no lançamento de dardos, Raissa contou que a origem de sua inspiração e orgulho pela mãe vem da criação e do incentivo. A atleta cresceu sem o pai no interior de Minas Gerais, sofria bullying e se sentia desmotivada no colégio, mas era incentivada pelos professores a seguir na carreira dos esportes. “Minha mãe me inspira por ser uma guerreira. Ela lutou pelos seus três filhos e até hoje luta. Ela é o amor da minha vida. Meu pai eu não conheço, não quis me registrar. Impossível ele não saber que sou a filha dele, mas acredito que nossa hora de conversar vai chegar. Eu o perdoo, não tenho mágoas, acredito que estamos aqui para evoluir”, disse. “Desde pequena tive que ouvir muita coisa, que eu não ia ser ninguém, que eu ia depender da minha mãe para tudo. Infelizmente existe o preconceito, comecei a me rejeitar, literalmente. Alisava meu cabelo na época.”

Raissa ressaltou ao Mulheres Positivas a importância da autoconfiança e da autoestima. “Para quem tem pensamento forte o impossível é só questão de opinião. Essa frase me levou a chegar aqui. Se eu não tivesse seguido minha intuição, não estaria conversando aqui hoje. Empatia e amor próprio estão faltando nas pessoas hoje. Amar-se, realizar sonhos e sonhar muito”, afirmou. “Quanto mais a gente sonha, mais a gente tem força. Amar a si mesma, independentemente do outro. Não ligar para a opinião dos outros, já que machuca muito”, concluiu.

Confira na íntegra a entrevista com Raissa Machado:

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