Operação Alba Branca pode apurar fraude em licitações de merenda em 70 cidades

  • Por Jovem Pan
  • 30/03/2016 09h45
Com a proposta de revitalizar o centro de São Paulo e atender a demanda de moradia, o governo paulista acaba de anunciar a concessão do terreno 18 mil m² da antiga rodoviária para construção de habitações populares através de Parceria-Público-Privada, a PPP. Foto: Ciete Silvério/ A2img Ciete Silvério / A2img Geraldo Alckmin

 O promotor Leonardo Romanelli, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Ribeirão Preto, aponta que Operação Alba Branca pode apurar suspeitas de fraude em licitações de merenda em até 70 municípios. Nesta terça-feira (29/03), a segunda fase da investigação prendeu sete pessoas, entre elas o ex-presidente da Assembleia Legislativa Leonel Julio.

Os mandados de prisão temporária e busca e apreensão foram cumpridos em São Paulo, Barretos, Campinas, Severínia e Bebedouro. A estratégia envolve a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar, a Coaf, sediada em Bebedouro, na região de Ribeirão Preto. A Coaf vendia principalmente suco de laranja, que era superfaturado. Com o dinheiro excedente eram pagas propinas para beneficiários.

Romanelli resumiu o esquema praticado pelos integrantes e afirma que ele pode alcançar até 70 cidades: “Faziam fraudes, como dissemos, desde o registro das datas da documentação dos agricultores e utilizam isso para falsificar a participação deles em chamadas pública. Pagavam e acertavam lances dos concursos, dos exames, que elas iriam vencer e depois ainda pagavam propina a agentes públicos”. O promotor afirma, em uma estimativa conservadora, que já foram apurados os desvios de R$ 700 mil a partir dos superfaturamentos.

O governador Geraldo Alckmin avalia que a administração agiu corretamente e pede punições exemplares a agentes públicos que estejam envolvidos: “Abrimos a chamada, ganhou o menor preço e o produto foi entregue, agora, a comitiva tinha estelionatários. Isso precisa ser apurado e punido exemplarmente”.

Foram presos o ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo Leonel Julio e o presidente da União dos Vereadores do Estado, Sebastião Miziara. Também estão detidos Emerson Girardi, Aluísio Girardi Cardoso, Joaquim Pereira da Silva, Carlos Eduardo da Silva e Luís Carlos da Silva Santos. Eles podem responder pelos crimes de organização criminosa, fraudes em procedimentos públicos, falsidade ideológica, corrupção e prevaricação.

A operação investiga também o atual presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB) porém ele tem foro privilegiado. Por causa do cargo, ele está sendo investigado em sigilo pela Procuradoria Geral de Justiça e não pela promotoria em Bebedouro. As apurações apontam ainda o envolvimento de Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-chefe de gabinete da Casa Civil do estado.

Reportagem: Tiago Muniz

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