Augusto: ‘Bolsonaro precisa entender que aqueles que divergem querem que o governo dê certo’

Escolha do desembargador Kassio Nunes para o STF, visita do presidente ao ministro Dias Toffoli e aproximação do governo com o Centrão desagradaram apoiadores

  • Por Jovem Pan
  • 05/10/2020 20h06 - Atualizado em 06/10/2020 00h05
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Carolina Antunes/PR Presidente Jair Bolsonaro Presidente está irritado com as críticas que vem sofrendo de seguidores

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro estão insatisfeitos nos últimos dias, principalmente após a escolha do desembargador federal Kassio Nunes Marques para a vaga do ministro Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, a visita do Executivo à residência do ministro Dias Toffoli na noite de sábado, e a aproximação do Palácio do Planalto com os partidos do chamado Centrão, desagradaram seus seguidores, principalmente aqueles da extrema-direita. Para o comentarista Augusto Nunes, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, a indicação de Nunes está “na contramão” das opiniões das pessoas que votaram no presidente, mas pode ser “apaziguada” com a escolha do segundo ministro, que deve ocorrer no próximo ano.

“Eu não faria esse tipo de escolha no lugar do Bolsonaro, e quero endossar que o presidente precisa entender que pessoas que dele divergem pontualmente, querem que o governo dê certo. Se você faz um comentário oportunista, como os petistas, não vale, esses criticariam qualquer um dos escolhidos. Mas os comentários que eu vejo são pessoas que querem que o governo dê certo, mas tem divergências. Bolsonaro perdeu a chance de inverter a maioria”, afirmou Augusto. O comentarista voltou a dizer que “vai esperar o provável futuro ministro tomar as primeiras decisões para formar uma opinião”, mas não escondeu seu desagrado com a escolha.

Augusto criticou, por exemplo, a discordância do desembargador com a condenação antes da segunda instância, pauta defendida pela base bolsonarista, e que foi derrotada em 2019, quando o Supremo decidiu que as prisões só poderiam acontecer após a segunda instância. “É um absurdo alguém falar como Nunes falou que é ‘pouco duas condenações para uma pessoa só’. Como pouco? Deveria bastar uma e o recurso deveria ser analisado com rigor pela segunda instância. Ele [Nunes] não gosta da Lava Jato, não gosta da condenação antes da segunda instância, está na contramão dos que votaram em Bolsonaro. Eu inverteria agora, e consolidaria a maioria com a indicação do segundo ministro”, disse o comentarista. Segundo o presidente, a segunda vaga, que abrirá em 2021, será um nome ‘terrivelmente evangélico’. 

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