Augusto: ‘Declaração pública de Salles para Ramos vai deixar fissuras’
Ministro do meio ambiente disse que pediu desculpas e colocou um ‘ponto final’ no atrito com o general; ‘No fim, a briga sobra para o governo e desgasta o presidente’, afirmou Augusto
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou neste domingo, 26, que colocou um “ponto final” no atrito com o também ministro do governo Luiz Eduardo Ramos. Desde o início da semana, eles vêm protagonizando um atrito após o chefe do Meio Ambiente se referir ao general como “Maria Fofoca” em publicação no Twitter. Para o comentarista Augusto Nunes, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, mesmo com o pedido de desculpas de Salles, a declaração pública foi “desnecessária” e vai deixar “fraturas”.
“Essa roupa suja você lava em casa discretamente. Se você entrar nisso de fofocas e discussões públicas tem que retirar o que disse depois que todo mundo sabe e já registrou. É evidente que a página está virada, mas restam fissuras, fraturas, é sempre ruim”, disse Augusto. Ele também comentou sobre a declaração feita pelo vice-presidente Hamilton Mourão nesta segunda-feira, 26, que sinalizou uma intervenção do presidente Jair Bolsonaro para resolver a tentativa de pacificação entre os ministros. “Se está havendo alguma rusga entre membros do ‘Estado-Maior’, o comandante tem que intervir e dizer: gente, vamos baixar a bolinha aí, se acalmar e vamos respeitar-se”, afirmou Mourão. Segundo Augusto, “não tem como Bolsonaro acompanhar tudo tão de perto”. “É evidente que o capitão do time pode evitar esse bate boca se souber a tempo que as coisas estão ruins, mas o presidente não pode acompanhar tudo tão de perto e não foi consultado pelos envolvidos na briga. Pode ter uma ideia, mas, no fim, a briga sobra para o governo e desgasta o presidente, por isso não pode existir”, finalizou o comentarista.
A declaração gerou repercussão entre os parlamentares, que reforçaram apoio a Ramos. Além do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e outras lideranças partidárias e do governo no Congresso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre(DEM-AP), também endossou a campanha em defesa do militar. Ana Paula Henkel, também comentarista do programa, disse que “esse tipo de discussão pública” desperta “políticos ansiosos que querem que algo venha a público no governo para colocar mais lenha na fogueira”. “[Essas fofocas] expõem algumas arestas do governo que de repente podem ser aparadas na privacidade do governo. Mas, pior que isso, é que quando uma coisa assim vem a público, aparecem as formiguinhas doidas atrás do açúcar, como Rodrigo Maia”, disse. “Ministros, não pensem apenas na exposição da briga que poderia ser resolvida de forma privativa, mas nos outros políticos ansioso para que algo venha a público só para colocar mais lenha na fogueira”, aconselhou.
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