EXCLUSIVO: Embaixador do Brasil escreve carta de repúdio após críticas de deputado americano a Bolsonaro

No documento obtido com exclusividade pela produção do programa Os Pingos Nos Is, da Jovem Pan, Nestor Forster Jr também exaltou os feitos do governo no combate à pandemia de Covid-19 e na recuperação econômica do país

  • Por Jovem Pan
  • 21/10/2021 19h44 - Atualizado em 21/10/2021 22h07
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo - 13/02/2020 O diplomata Nestor Foster Diplomata manifestou descontentamento com o conteúdo da carta do deputado americano ao presidente Joe Biden

Em carta endereçada ao deputado americano Henry C. Johnson Jr., o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster Jr., afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nunca adotou medidas antidemocráticas no Brasil durante seu governo. A carta, obtida com exclusividade pela produção do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, será divulgada pelo governo federal nesta sexta-feira, 22. O documento foi enviado ao deputado e aos cossignatários de uma carta endereçada ao presidente Joe Biden no qual eram relatadas supostas ameaças do presidente Jair Bolsonaro à democracia. Na visão do embaixador, o documento do congressista não contribui para a relação amistosa entre o Brasil e os Estados Unidos. “Especialmente na área da defesa, cujas raízes remontam à luta comum de nossas tropas para derrotar o nazismo e o fascismo na Segunda Guerra Mundial”, recorda o diplomata.

No documento, Forster diz que a carta de Johnson contém “informações equivocadas, distorções e falsidades” sobre a situação política do Brasil e exalta que a eleição de Bolsonaro, em outubro de 2018, representou um “repúdio à corrupção”. “Sua eleição, com 57,7 milhões de votos (55% dos sufrágios válidos), foi sinal claro de repúdio à corrupção e às políticas estatizantes que a tornaram possível. O povo brasileiro e nossas instituições expressaram inequivocamente seu apoio à governança democrática e transparente”, diz o documento, que mais à frente assegura que o país hoje usufrui de “uma ordem constitucional alicerçada no Estado de Direito, na separação de poderes e no devido processo legal”.

Em outro trecho, Forster diz que a carta de Johnson falha ao tentar elencar ameaças de Bolsonaro à democracia brasileira, aos direitos humanos, à saúde pública e ao meio-ambiente. “A carta não menciona um único exemplo das supostas ‘ameaças’ porque estas simplesmente não existem”, diz o embaixador. “O presidente Bolsonaro jamais implementou quaisquer ‘políticas antidemocráticas’. Na verdade, o Brasil, com 33 partidos políticos, uma imprensa livre e um debate político vibrante, é, e continuará a ser, um dos países mais livres do mundo”, continuou o representante brasileiro nos EUA, rebatendo ás acusações de que Bolsonaro teria ameaçado a democracia brasileira.

Direitos humanos e pandemia

A carta de Forster também questiona os trechos do documento de Johnson que abordam a questão dos direitos humanos. “Sua campanha foi marcada por insultos odiosos contra afro-brasileiros, povos indígenas, pessoas LGBTQIA+ e sindicatos, e elogios à ditadura militar brutal que governou o Brasil de 1964 a 1985. Uma vez no poder, Bolsonaro levou adiante uma série de políticas que colocou em perigo grupos minoritários vulneráveis, criou taxas de desemprego históricas, afetou o meio ambiente, ameaçou a relativamente jovem democracia brasileira e levou à morte desnecessária, por Covid-19, centenas de milhares de pessoas”, diz o documento de Johnson. O embaixador brasileiro rebateu, alegando que o governo de Bolsonaro tem lutado pelas minorias. “A administração do presidente Bolsonaro tem apoiado e protegido grupos minoritários e os mais vulneráveis no Brasil, lutado para elevar os índices de emprego, tomado medidas sem precedentes para proteger o meio ambiente e conduzido uma exitosa campanha de vacinação”, afirma Forster.

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