‘Há um movimento picareta na América do Sul’, diz Ana Paula Henkel sobre eleições na Bolívia

Luis Arce, do partido de Evo Morales, será eleito presidente segundo pesquisas de boca de urna; para Augusto Nunes, país é um ‘livro de realismo fantástico radical’

  • 19/10/2020 20h23 - Atualizado em 19/10/2020 20h23
REUTERS/Ueslei Marcelino Ex-presidente deposto Evo Morales e Luis Arce

Carlos Mesa, principal adversário de Luis Arce — do partido de Evo Morales — nas eleições presidenciais da Bolívia, reconheceu a sua derrota nesta segunda-feira, 19, após a divulgação das pesquisas de boca de urna. O resultado oficial pode levar dias para sair, visto que o Tribunal Superior Eleitoral está fazendo a contagem individual dos votos. Para a comentarista do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, Ana Paula Henkel, a vitória de Arce é preocupante, e indica o crescimento de um “movimento picareta na América do Sul”. A ex-jogadora de vôlei, que mora nos Estados Unidos, afirmou que também está receosa com “o aumento desses movimentos” no país, principalmente com os números favoráveis à Joe Biden nas eleições para presidente que vão ocorrer em novembro.

“Uma coisa que temos que tomar muito cuidado é que temos visto um aumento desses movimentos picaretas nos EUA. O partido democrata (pelo qual Biden concorre) de John Kennedy não existe mais, e muita gente está em uma esquerda radical e extrema. Tem muita coisa em jogo nessas eleições de novembro. É a liberdade contra a mordaça”, disse Ana Paula. Há 15 dias das eleições presidenciais, Biden está mais de 10 pontos à frente de Trump nas pesquisas.

O também comentarista do programa, Augusto Nunes, chamou a Bolívia de “um livro de realismo fantástico radical”. De acordo com ele, na segunda metade do século 20, o país “instituiu como forma de sucessão o golpe de estado”, e generais de extrema esquerda e direita governaram o território. “É um desfile inverossímil de governantes, um pior que o outro. Quando conseguiram restabelecer as vitórias nas urnas, encontraram o Evo Morales, deposto depois por justa causa. Um ano depois, ele elege um poste pela vontade do povo boliviano. Não sei como a Bolívia vai sobreviver ao desastre que o próprio povo escolheu”, afirmou Augusto.

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