‘Moraes está fazendo oposição política ao governo dentro do TSE’, avalia Fiuza

Na análise do comentarista do programa Os Pingos Nos Is, ministro do STF e do TSE deseja antagonizar o presidente Jair Bolsonaro em ano eleitoral

  • Por Jovem Pan
  • 18/01/2022 19h23
Nelson Jr./SCO/STF - 12/08/2021 Ministro Alexandre de Moraes olhando com os olhos de canto, sentado em cadeira amarela, com terno vermelho, camisa branca e gravata bordô com bolinhas Alexandre de Moraes substituirá Luis Roberto Barroso na presidência do TSE

Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal tem até o dia 28 de janeiro para tomar depoimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o vazamento do inquérito sigiloso que apura um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O prazo foi estabelecido por um despacho nesta terça, 18. No dia 29 de julho de 2021, o presidente divulgou, durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, a íntegra de um inquérito sigiloso da PF a respeito de uma invasão de hackers aos sistemas do TSE durante as eleições de 2018. Segundo o Tribunal, o fato dos invasores terem tido acesso a códigos-fonte não alterou o processo eleitoral, já que não houve alteração nas urnas eletrônicas. O tema foi debatido no programa Os Pingos Nos Is, da Jovem Pan News, e o comentarista Guilherme Fiuza avaliou que Moraes tenta antagonizar o presidente através do Poder Judiciário.

“Esse é o desenho da eleição: Alexandre de Moraes, que vai presidir o TSE, vai ficar fazendo política e tentando polarizar com o presidente da República, como já vinha fazendo antes, e agora vai passar a fazer isso de forma mais ostensiva. A gente pode afirmar categoricamente que é isso que acontece porque 100% das ações do Alexandre de Moraes no STF que tem alguma referência ao governo, ao presidente, são contrárias ao governo e ao presidente. Está fazendo oposição política ao governo dentro do Tribunal Superior Eleitoral. Uma instituição como a máxima corte judiciária não pode ser um crivo político ao presidente, ao grupo político dele. Esses inquéritos nos quais o Alexandre de Moraes age com total liberdade e cria hipóteses e sentencia, ele faz isso para fazer esse jogo de cena. O mérito em si está equivocado, porque o que tivemos foi a violação desse sistema eleitoral, que é altamente vulnerável. O presidente fez este alerta sobre essa fragilidade e o TSE fecha os olhos para a violação. Quem tem a garantia de que não será violado de novo? Ninguém tem essa garantia, porque o sistema não foi aprimorado, não se criou o voto auditável. Se criou um conselho que tem alguns integrantes das forças armadas que o presidente confia que vão poder dar alguma salvaguarda ao processo. Essa cena vai se repetir: o ministro Alexandre de Moraes fazendo ações diretamente contra o presidente para fazer política. É o ano de eleição e ele quer polarizar com o presidente que é candidato à reeleição”, comentou Fiuza.

Confira a edição de Os Pingos Nos Is desta terça, 18:

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