‘Quem demite ministro sou eu’, diz Bolsonaro sobre suposta pressão da China pela demissão de Ernesto Araújo

Chanceler afirmou que hipótese é ‘uma invenção completa’ e que envio de insumos destinados à produção de vacinas depende de acordos ‘burocráticos’

  • Por Jovem Pan
  • 21/01/2021 19h21
Isac Nóbrega/PR Ministro e presidente sentados lado a lado Gestão do chanceler foi contestada em razão do atraso no envio de insumos para o Brasil

Na esteira das discussões sobre a atuação diplomática do Brasil diante do impasse para o envio de insumos necessários para a produção de vacinas no país, o presidente Jair Bolsonaro desmentiu a possibilidade de demitir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. “Nossa política externa está excepcional. Nunca fui tão bem recebido ao longo dos últimos dois anos em todas as viagens que fiz ao exterior”. Questionado pelo comentarista Guilherme Fiuza, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, se o governo federal foi pressionado pelo governo da China para exonerar o chanceler brasileiro, Bolsonaro foi taxativo: “Quem demite ministro sou eu. Ninguém nos procurou nem ousaria procurar. Jamais algum país procuraria outro para isso”, disse Bolsonaro. Araújo disse que a liberação dos insumos não depende de acordos políticos, mas de entraves “burocráticos”.

“Isso não existe entre países soberanos. É uma invenção completa. Não sei, tem gente que quer ver uma crise, criar invenções onde não existem. As pessoas inventam uma coisa e depois, quando vem a realidade e desmente, em vez de alterar a sua percepção da realidade, continua insistindo e redobrando cada vez mais a mentira”, disse o ministro Ernesto Araújo. Nos últimos dias, a gestão do chanceler foi contestada por opositores em razão da demora no envio do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), necessário para a produção de vacinas. O Brasil possui, até o momento, apenas 6 milhões de doses da CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. A imunização foi iniciada no domingo, 17, pelo governo do estado de São Paulo, mas há um temor entre os governadores que a campanha de vacinação seja interrompida pela escassez de doses.

Nesta quinta-feira, 21, porém, o governo da Índia liberou a exportação de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca. A informação foi confirmada à Jovem Pan pelo Ministério da Saúde. A expectativa da pasta é que a carga, que será trazida ao Brasil em um voo da companhia aérea Emirates, chegue ao aeroporto de Guarulhos até o fim da tarde desta sexta-feira, 22.

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