‘Vejo movimento político pensando nas eleições de 2022’, diz Marcos do Val sobre CPI
Senador foi entrevistado no programa Os Pingos Nos Is desta segunda-feira, 28, e criticou condução dos trabalhos na comissão
Um grupo de senadores, no qual está incluso o vice-presidente da CPI da Covid-19, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolou, nesta segunda-feira, 28, uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a investigação do presidente Jair Bolsonaro por suposto crime de prevaricação. A ministra Rosa Weber será a relatora do caso. Os parlamentares também pleiteiam que o chefe do Executivo federal esclareça, em um prazo de 48 horas, se foi comunicado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) das denúncias sobre supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin, e se a Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para apurar os fatos. Em depoimento à comissão, na sexta-feira, 25, o parlamentar e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor concursado do Ministério da Saúde, detalharam o encontro que tiveram com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, no dia 20 de março, para tratar sobre o assunto. Em conversa com apoiadores no Palácio do Alvorada, o presidente falou sobre o tema, dizendo que não tem como saber “o que acontece nos ministérios” e ressaltando que seus ministros “nada fizeram de errado”.
Entrevistado no programa Os Pingos Nos Is desta segunda-feira, 28, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) falou sobre a atuação da CPI, afirmando que vê a comissão “perdida” e que as ações dos senadores são políticas, visando as eleições de 2022. “Eu vejo uma CPI perdida, cada hora tentando achar um motivo para justificar sua existência ou a tentativa de derrubar o presidente. […] Eu vejo um movimento extremamente político, não técnico, pensando nas eleições de 2022 para fazer seus acordos e suas movimentações políticas. Apenas isso”, disse do Val. Além disso, o parlamentar pontuou que o governo federal deveria assumir o protagonismo da situação para evitar que as mentiras se tornem verdade e criticou a credibilidade de Luis Miranda. “Acho que o governo federal precisa pegar um pouquinho as rédeas, não deixar ir no ritmo qualquer. Acho que ele tem que assumir as rédeas e ter um pouco mais de protagonismo para não deixar piorar. Às vezes a mentira sendo dita várias vezes passa a ser verdade. É só esse receio que eu tenho. Para mim, repetindo, a fonte não tem credibilidade e foi lá para galgar ou exigir alguma outra questão, não foi com esse espírito de combate à corrupção. Para mim isso é uma falácia, uma mentira absurda”, concluiu.
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