‘A recuperação econômica irá reeleger o presidente’, diz autor de biografia de Bolsonaro sobre 2022
Em entrevista ao Pânico, Emilio Kerber analisou o governo federal e a relação do presidente com a imprensa e o vice Hamilton Mourão
Nesta terça-feira, 16, o programa Pânico recebeu o autor Emilio Kerber. Responsável por uma série de biografias do presidente Jair Bolsonaro — em breve ele lançará o terceiro livro da sequência, intitulado “O Mito 3: Temos um Presidente Motoqueiro” –, o escritor falou sobre como enxerga a popularidade e os feitos do governo desde a eleição de 2018. “Desde 2013, de uma forma geral, a maioria silenciosa dos conservadores acordou. Essa onda tomou conta e elegeu Bolsonaro. A gente aponta os sete fatores que elegeram, é uma maioria cristã, a insatisfação com a corrupção que a Lava Jato mostrou, foram vários motivos. Ele era o homem certo na hora certa. As coisas estão mais controladas. Dois fatores vão ajudar a reeleger o presidente: a pandemia e a recuperação econômica. Vai dar uma sensação que as coisas estão melhorando, está surgindo emprego.”
Para as eleições de 2022, Kerber afirmou acreditar que a cartada final para a escolha do vice dependerá do partido que o presidente irá escolher se filiar. “A relação entre o Bolsonaro e o Mourão nunca foi muito próxima. Pelo fato do Mourão falar algumas coisas isso estremeceu a relação, eu acreditava que seria o Tarcísio de Freitas como vice, mas depende muito do partido. Estimava-se que o Bolsonaro indo para o PL, o vice seria do PP”, disse. Para o autor, a personalidade do presidente justifica sua popularidade entre o eleitorado. “Ele é extremamente popular e carismático, fala a língua do povo. Vejo muita popularidade. Ele é turrão, mas dá o passo atrás quando tem que dar, sabe pedir desculpas e não é vingativo. Algumas coisas no perfil dele me chamam a atenção.”
Emilio Kerber ainda disse considerar o governo Bolsonaro como a verdadeira terceira via. Segundo ele, o fenômeno que elegeu o presidente em 2018 é raro, mas gera distorções entre a mídia. “Eu considero o governo Bolsonaro um governo de transição. Antes era PT e PSDB, agora chegou um fora do sistema e entrou. Um cara que se elegeu sem tempo de TV e sem fazer campanha. Isso é difícil de acontecer em qualquer lugar do mundo. Ele se expôs demais no cercadinho, foi com uma intenção boa para a imprensa, mas aquilo gerou distorção e omissão dos fatos positivos. Tanto que logo depois que ele parou com o cercadinho ele atingiu o ápice de popularidade.”
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