Eduardo Cunha diz que Lula foi prejudicado em 2018: ‘Tinha que ter perdido disputando a eleição’
Em entrevista ao Pânico, o ex-deputado falou sobre a possível disputa eleitoral de Sérgio Moro em 2022 e afirmou que ex-juiz foi ‘injusto’ e ‘ilegal’ em sua prisão: ‘Não tinha competência para me julgar’
Nesta terça-feira, 26, o programa Pânico recebeu o ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha. Favorável à candidatura do ex-ministro Sergio Moro, que deve se filiar ao Podemos no próximo mês, o emedebista acredita que todos devem ter a oportunidade de disputar eleições, inclusive Lula que, segundo ele, foi prejudicado eleitoralmente em 2018. “Torço que seja candidato. Moro é chefe de uma organização política, tinha um objetivo político. Estava revendo uma entrevista dele dizendo que jamais entraria na política, agora ele vai para o campo da política, vai disputar o voto e defender o que ele fez. Lula foi prejudicado, tinha que ter perdido disputando a eleição. Tinha que ter sido candidato. Teria sido melhor para o Brasil, teria sido derrotado em 2018 e acabaria com essa situação.”
Preso preventivamente em outubro de 2016, pela operação Lava Jato, Cunha acredita que seu julgamento foi ilegal e imparcial. Para ele, a comprovação de que Moro não tinha competência o suficiente para julgá-lo foi dada pelo STF. “A prova que eu não morri atirando é que eu estou vivo e eles morreram. Eu não fui cassado por ter contas na Suíça, fui cassado porque consideraram que eu menti na CPI dizendo que não tinha conta. A prova que a prisão é injusta e ilegal está no Supremo agora. Um processo em que o juiz que me prendeu foi condenado como incompetente pelo Supremo, essa é a verdade. Moro não tinha competência para me julgar. Ninguém é contra combater a corrupção, o que não pode é afastar a presunção da inocência. Sou inocente e responderei a público, o que não dá é para ter pré-julgamento.”
Apesar de acreditar que Jair Bolsonaro tenha sido prejudicado economicamente pelos rumos da economia, o ex-deputado crê em um segundo turno entre Lula e o atual presidente nas próximas eleições. “Em 3 anos de mandato, com um ano de pandemia, é possível fazer uma avaliação isenta. Agravaram a pandemia pelo excesso de lockdown, gerou uma conta que todos têm que pagar. O que o Rodrigo Maia fez na Câmara foi praticamente inviabilizar o governo sem abrir o impeachment. Era melhor abrir o impeachment, ele colocou a despesa toda, não passou nenhuma reforma. A eleição vai depender da situação da economia. A disputa está entre Bolsonaro e Lula, não há terceira via. Qualquer outro que entrar vai ser para ocupar o espaço de 2026. Se o Bolsonaro perder a eleição, nem em 2026 ocuparão, pois o espaço antipetista será do Bolsonaro.”
Com fortes ânimos para as eleições de 2022, na qual pretende se candidatar em São Paulo pelo MDB, ainda sem cargo definido, Cunha diz não ter se arrependido de abrir o pedido de impeachment de Dilma Rousseff. “Mesmo sabendo que ficaria 4 anos em meio preso, eu não mudaria o impeachment. Ganhei com o compromisso de ter uma câmara independente, não compromisso com o governo. Talvez se tivesse compromisso com o governo teria sido inibido do processo de impeachment. Eu não fiz acordo, não aconteceu isso.”
Confira na íntegra a entrevista com Eduardo Cunha:
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