‘Má fama do agronegócio vem de competição boba, errada e mal feita’, afirma ex-ministra Tereza Cristina

Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, senadora avaliou como retrocesso a divisão da agricultura em mais de um ministério, mas ponderou que Carlos Fávaro está fazendo seu trabalho dentro da pasta

  • Por Jovem Pan
  • 18/09/2023 14h01 - Atualizado em 18/09/2023 14h02
Jovem Pan/Reprodução Tereza Cristina Para Tereza, agronegócio consegue andar sozinho e se desenvolver se o governo não atrapalhar o setor

Em participação no programa Pânico da Jovem Pan, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) ressaltou a força do agronegócio brasileiro e os números impressionantes que a safra tem registrado no Brasil nos últimos meses. “Nós estimávamos 312 milhões de toneladas e ela vai passar de 323. Nós estamos nos últimos minutos de fechamento dos números. É um setor que andou sozinho na hora que ele se descolou do governo e usou tecnologia e ciência. O que nós precisamos é apoiar um pouco mais que ele vai embora. O milho é um negócio espetacular porque o Brasil nunca foi um grande produtor. Nosso grande concorrente era os Estados Unidos, que produz quase o tamanho da nossa safra só de milho, mas o Brasil mostrou nesses últimos três anos com a agricultura tropical o que ele está fazendo, diferente dos países temperados. Nós temos duas safras por ano, soja no verão e milho no inverno, que a gente chama de safrinha mas hoje é um safrão”, brincou.

A ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também comentou que a má fama do agronegócio vem de uma competição boba, errada e mal feita. “O agro no passado teve um problema sério de crédito, quando acabou a conta movimento do Banco do Brasil. Quando isso acabou, o agro ficou devendo. Nós tivemos que fazer uma securitização e foi então que o agro se descolou e foi usar a ciência apropriada para a produção brasileira. De lá, o MST [Movimento dos Trabalhadores Sem Terra] quis comparar agriculturas e não existe essa comparação, ela é ruim, e colocou essa pecha na agricultura de que ela era atrasada e tudo que a gente houve por aí. Mas, graças a Deus, a pandemia trouxe essa percepção para o homem urbano. Não fosse o agro naquela época não parar, nós teríamos falta de produtos nas prateleiras do supermercado e teríamos o caos instaurado”, avalia.

A senadora também defendeu que o Brasil é um país que tem vocação para o agronegócio e vem aumentando a produtividade do setor. “Se colocar mais dinheiro, o pessoal planta mais e produz mais”, afirmou Tereza. Ela ainda comentou que o atual ministro da pasta, Carlos Fávaro, é conhecedor do setor, mas que depende do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O ministro está fazendo o papel dele. Só da gente não atrapalhar o setor, o agro já anda sozinho. E você ajuda alguns gargalos”, destacou. Contudo, a ex-ministra acredita que a divisão das agriculturas em mais de uma pasta foi um retrocesso. Tereza também ponderou que passou da hora do marco temporal ser resolvido e gerar maior segurança para quem vive no campo. “Tem muita balela, muito terrorismo em cima disso, mas acho que se nós conseguirmos votar isso, vai apaziguar e vamos virar a página. Os indígenas têm que ter saúde boa, educação boa e o que eles querem, o que eles desejam. A votação do Supremo está muito esquisita”, avaliou. A ministra também reforçou que a invasão de terras é crime e que o governo não deveria ter dado nenhuma declaração em favor da prática.

 

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