Onyx diz que governo pedirá à polícia ‘que inicie peritagem de documentos da Covaxin’

Em entrevista ao Pânico, ministro da Secretaria Geral da Presidência afirmou que as investigações dos papéis devem iniciar ainda nesta quinta-feira, 24

  • Por Jovem Pan
  • 24/06/2021 15h56 - Atualizado em 24/06/2021 16h21
Edu Andrade/Estadão Conteúdo Onyx Lorenzoni é o atual ministro da Cidadania do Brasil 'Não houve favorecimento a ninguém, não houve compra superfaturada e, sequer, houve compra porque o governo brasileiro não gastou um centavo neste contrato', disse Onyx ao Pânico

O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quinta-feira, 24, que o governo federal pedirá ainda hoje à polícia que analise os documentos apresentados pelo deputado Luis Miranda (DEM). Com base nos papéis, o parlamentar apontou uma série de irregularidades nas negociações da vacina Covaxin. “Com base em uma série de evidências, pediremos para a polícia que faça uma peritagem nos documentos apresentados para buscar a verdade da situação. Nas acusações do deputado Luis Miranda há uma denunciação caluniosa e a produção de provas falsas — produzidas com a indução da CPI da Covid-19. O que precisa ficar claro é que, nas negociações pela compra da Covaxin, não houve favorecimento a ninguém, não houve compra superfaturada e nem sequer houve compra, porque o governo brasileiro não gastou um centavo neste contrato”, disse em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.

Documentos obtidos pela CPI da Covid-19 indicam que, supostamente, o governo federal teria contratado as doses indianas pelo valor de US$ 15 por vacina — o que estaria acima do preço estipulado inicialmente pela fabricante Bharat Biotech, de US$ 1,34 por dose. Chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, o servidor Miranda, citado por Onyx, afirmou ao Ministério Público Federal (MPF) que sofreu uma “pressão incomum” para assinar o contrato a empresa Precisa Medicamentos, que teria intermediado as negociações com a Bharat Biotech. Por sua vez, o irmão deste servidor disse que alertou pessoalmente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a pressão sofrida por Luís Ricardo. Na ocasião, Bolsonaro teria respondido que acionaria a Polícia Federal (PF).

“Conforme a lei, toda vez que algum servidor público suspeita de qualquer ação, tem o dever de comunicar seu superior ou às autoridades. Apesar disso, Luís fez acusações muito graves e construiu uma série de fantasias contra a honra do presidente. No dia 20, ele foi até a casa de Bolsonaro e afirmou que suspeitava sobre o procedimento da Covaxin. Saiu de lá, publicou várias coisas nas redes sociais, mas nada sobre a vacina. Então Bolsonaro mandou o Pazuello verificar as denúncias. Três meses depois, o deputado aparece com uma suposta nota fiscal e um suposto contrato — que não foi o assinado. Ele sabe que o contrato que apresentou não é o correto, portanto tem a absoluta certeza de que tudo está funcionando dentro da lei”, ponderou Onyx.

Além disso, ele analisou que o parlamentar perdeu a confiança do presidente. “Luis foi ocupar lugar na mídia para atacar o presidente. Este deputado sempre foi recebido com respeito, como fazemos com todos os parlamentares, afinal este é o principio da democracia. Bolsonaro já fez a gentileza de convidá-lo para mais de uma viagem, e o que ele faz? Produz todas estas mentiras! Ele traiu a confiança do presidente, do Brasil, e se juntou àqueles do mal, que querem voltar ao tempo da roubalheira e do desvio de dinheiro público. Nosso governo é diferente, temos o Brasil no coração, tememos a Deus e consideramos a honestidade um valor. Vamos até o final do governo sem registrar um escândalo de corrupção”, concluiu.

Confira a entrevista com Onyx Lorenzoni:

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