‘Politicamente correto no humor precisa ser questionado’, diz Tom Cavalcante
Humorista participou do programa Pânico nesta sexta-feira, 9, e fez imitações de governador João Doria (PSDB), Roberto Carlos e Silvio Santos
O humorista e ator Tom Cavalcante participou nesta sexta-feira, 9, do programa Pânico e comentou sobre a relação do politicamente correto com o humor feito hoje em dia. “Esse movimento nasce de um posicionamento de uma nova geração que foi educada a pensar assim. Segundo os sociólogos, é uma geração que não gosta de ser fragilizada, ela não gosta que ultrapasse os limites de seu entendimento. Então foi criando essa bolha e aí vem o discurso de que é um resgate da história, de quem sofreu no passado, e precisa ser pago esse preço. É uma complexidade muito grande, mas quando você é interpelado que não pode falar isso, precisar ser questionado do porquê não pode”, disse. Sucesso nas redes sociais com suas imitações de João Gloria Jr. (paródia do governador de São Paulo, João Doria), Roberto Carlos e outros personagens marcantes, Tom falou sobre sua assinatura nas imitações. “Eu aprendi a imitar, mas entendi que tinha que fazer uma assinatura minha. Então sempre tem metade Tom e metade do que eu faço”, explicou. Segundo ele, o espaço de humor é feito coletivamente. “Se você se sujeita a ser escada para alguém não é que você é pior. Eu era a verdadeira escada para o cara ir lá na frente e poder crescer, é um time. O humor tem essa percepção, às vezes, o cara acha que fazer humor é só fazer rir, mas não é só isso”, explicou.
Em sua carreira, Tom disse que teve problemas somente com as imitações de Silvio Santos, e contou sobre o episódio de quando ganhou um carro do cantor Roberto Carlos. “A minha amizade com o Roberto é como de todo brasileiro que ama a música dele. Quando comecei minha vida na Rede Globo, conheci ele numa reunião de prêmios e aí nasceu nossa amizade. Uma vez ele me convidou para participar do Especial na Rede Globo, faço há 14 anos o navio com ele. Um dia ele veio num show em São Paulo e desci para falar com ele. Ele disse que ia me dar um presente, pensei que era uma garrafa de vinho, e quando saí, o carro estava cercado com um pano azul. Eu não sabia de nada. Entrei no carro, acelerei e ele disse ‘É seu’, achei que era pegadinha e ele disse que era meu, aí eu entendi que era meu mesmo”, contou.
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