Samy Dana discute com Feliciano: ‘Não sou seu fiel, aqui não tem dízimo para você’; assista
Durante a entrevista do vice-líder do governo ao Pânico, os ânimos se acirraram; ‘Dizer que reza pelos pobres e gastar R$ 157 mil em tratamento dentário é hipocrisia’, disse o economista
Os ânimos se acirraram e polêmicas vieram à tona durante a entrevista exibida pelo programa Pânico, da Jovem Pan, nesta quinta-feira, 22. Questionado pelo economista Samy Dana sobre a campanha que supostamente levantou em favor da “cura gay”, o vice-líder do governo, Marco Feliciano (Podemos), alegou que as informações que circulam sobre o tema tratam-se de “mentiras inventadas pela mídia”. Depois, o pastor chamou o economista de “desinformado”, ao pedir que ele esclarecesse o vídeo no qual aparece perguntando a senha do cartão de crédito de um fiel durante o culto. “Já expliquei essa situação um milhão de vezes — inclusive, em entrevista ao Pânico. O Samy realmente está desinformado porque não assiste nem o programa em que trabalha. Com relação à senha, esclareço novamente que trata-se de um vídeo gravado durante um evento que participei para arrecadar fundos para o Haiti, que seriam destinados às mais de dez mil crianças africanas que passam fome. Na ocasião, o fiel entregou seu cartão de crédito e eu brinquei respondendo que não adiantaria oferecer o cartão sem a senha. Coloque-se no seu lugar, Samy”, respondeu Feliciano.
O vídeo em questão, divulgado em 2013, retrata o pastor aceitando doações de motocicletas e pedindo cheques. “É a última vez que eu falo. Samuel de Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir o milagre pra Deus e Deus não vai dar e vai falar que Deus é ruim”, dizia Feliciano na gravação. “Sorte que o senhor não é meu empregador, senão eu não seria contratado. No entanto, para que eu trabalhasse aqui, não me foi exigido ficar lambendo os convidados. Eu não dependo das senhas dos fieis, não falei que os gays seguem um modismo e não uso o dinheiro público para consertar os dentes — mas o senhor pode falar com propriedade sobre tudo isso”, rebateu Samy. Além de levantar as polêmicas em torno da “cura gay” e do episódio relativo à senha do cartão, o economista destacou a circunstância na qual o vice-líder do governo recebeu um reembolso da Câmara no valor de R$ 157 mil por um tratamento odontológico. “Não tenho obrigação de assistir a todos os episódios da história do programa, mas o senhor tem a obrigação de explicar o que faz com o dinheiro público porque é deputado. Eu não sou seu fiel, aqui não tem dízimo para você. Quando não usar verba pública, pode gastar o quanto quiser do seu dinheiro. Mas enquanto é deputado, deve satisfação à sociedade sobre possuir o sorriso mais caro ente parlamentares. Ao mesmo tempo em que o senhor sorri lindamente, existem pessoas que morrem nos hospitais públicos por falta de leitos. Dizer que reza pelos pobres e gastar R$ 150 mil nos dentes é hipocrisia. Afinal, por que o senhor não se tratou pelo SUS?”, questionou Samy Dana.
“Vou orar para que Deus te abençoe e dê paz, Samy”, respondeu o parlamentar. Segundo ele, o dinheiro público não foi gasto em um tratamento estético dos dentes, mas em uma cirurgia no maxilar. “Eu estava perdendo a voz, precisei passar por 12 horas de operação. Não foi algo simples”, explicou. Ainda durante a discussão, Marco Feliciano pediu desculpas ao economista. “O clima está pesado no Brasil inteiro, precisamos encontrar a paz para voltarmos a ser uma nação onde todos são irmãos. Peço desculpas ao Samy por ter me excedido. Trata-se de um assunto chato que já expliquei milhares de vezes. Minha vida é um livro aberto, duvido que encontrem qualquer traço de corrupção em minha jornada”, concluiu o vice-líder do governo.
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