“São coisas fantasiosas, mas que pegaram”, diz Temer de propina ao PMDB

  • Por Jovem Pan
  • 15/05/2017 08h45
EFE Michel Temer - efe

Em entrevista a rádios na manhã desta segunda-feira (15), o presidente Michel Temer voltou a defender os oito ministros de seu governo que são investigados no âmbito da Lava Jato: Eliseu Padilha, Moreira Franco, Gilberto Kassab, Blairo Maggi, Aloysio Nunes, Bruno Araújo, Marcos Pereira e Helder Barbalho.

Temer minimizou os R$ 48,8 milhões que eles teriam recebido de forma irregular, de acordo com delações de 17 executivos da Odebrecht que ensejaram abertura de investigação autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin. O presidente Michel Temer também foi questionado sobre participação em reunião em 2010 que teria “abençoado” US$ 40 milhões à cúpula do PMDB referentes a contrato da Odebrecht com a Petrobras, de acordo com o ex-executivo da empreiteira Márcio Faria, o que foi negado.

“Informações (descrição dos ilícitos pelos delatores), você quer dizer de uma pessoa que falou de ciclano e beltrano, duas pessoas que falaram de ciclano e beltrano”, disse Temer, assegurando que os inquéritos contra a alta cúpula não vão “paralisar o governo”, “porque ‘João’ falou a respeito de ‘José'”.

Mostrando desconhecer a quantia que teria sido acertada ao PMDB na delação de Márcio Faria (durante a resposta Temer questionou se o valor seria de mais de US$ 40 bilhões), o presidente concordou com a fala da jornalista de que as acusações são “fantasiosas”. “Quanto é? Quarenta bilhões de dólares? É muita coisa. Quarenta milhões? É muita coisa, muita coisa. Vou usar sua expressão: são coisas fantasiosas, mas que pegaram. E isso tem que ser apurado. Será apurado ao longo do tempo. Os nossos ministros não têm preocupação com isso”.

Temer defendeu a apuração ao longo do tempo. “Isso será apurado ao longo do tempo. (Os ministros) vão responder no momento próprio”.

Após a conclusão do inquérito, a Procuradoria-Geral da República, comandada por Rodrigo Janot, avalia se há indícios para denucniar o investigado ao STF. Então, o Supremo determina se abre ou não a ação penal.

Temer já anunciou uma linha de corte e prometeu que afastará temporariamente o ministro denunciado e definitivamente aquele que se tornar réu.

Vera Magalhães comentou o “tom” que Temer usa para responder denúncias da Lava Jato:

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